Há décadas, investigações tem revelado uma série de polêmicas relacionadas a mortalidade materna nos EUA. Artigos científicos da área da saúde também questionam os motivos dos altos níveis de mortalidade materna nos Estados Unidos, o que não condiz com a qualidade do sistema de saúde do país.
O departamento de saúde dos EUA admite, em seu site oficial, que não tem um diagnóstico preciso sobre o motivo dos índices de mortalidade acima do esperado.
Embora as estatísticas que são divulgadas oficialmente pelo Departamento de Saúde (CDC) não apontem mortalidade materna relacionadas aos abortos legais, diversos fatores levantam suspeitas e tem dado origem à investigações. Dentre os fatores que levantam suspeita, destacam-se, e agravam-se cumulativamente:
1) altos níveis gerais de mortalidade materna apesar da tecnologia e qualidade do sistema de saúde;
2) falta de clareza sobre as causas da mortalidade materna pelo Departamento de Saúde(CDC);
3) simpatia por parte de membros do CDC com a indústria do aborto – tendo inclusive casos de ex-funcionários de clínicas de aborto sido contratados para trabalharem no CDC;
4) óbitos por aborto registrados em diferentes estados e que não foram inseridos no relatório do governo;
5) mensagens entre membros do CDC e clínicas de aborto sobre mortes maternas relacionadas a abortos.
Enquanto isso, a OMS, Fundação McArthur e Rockefeller e Instituto Allan Guttmacher investem em pesquisas para dizer que o aborto precisa ser legalizado nos países em desenvolvimento porque o aborto clandestino é a origem da mortalidade materna. Embora sejam incapazes de apurar com exatidão os próprios números, de abortos legais feitos em seus modernos sistema de saúde, essas instituições americanas ditas isentas insistem em dizer que sabem os números de abortos clandestinos na Colômbia, México, Brasil e tantos outros países alvos na agenda pró-aborto.
Uma investigação antiga, feita em 1989 acompanhou três casos de mulheres que morreram naquele ano logo após passarem por procedimentos de aborto. Surpreendentemente, nenhuma dessas mortes apareceu na estatísticas divulgadas pelo governo.
Tratam-se dos casos do óbito de Erica Richardson de 16 anos, falecida horas após um aborto legal, vítima de perfuração no útero, Gladys Estanislao e Debra Gray, também falecidas logo após o aborto devido a complicações, conforme relata o livro de Sherlock(1996). Todas residentes do estado de Maryland, um dos Estados que atualmente não fornece nenhuma informação sobre número de abortos realizados no seu Estado para o governo federal ou Instituto Guttmacher.
No mesmo ano de 1989, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) divulgou um total de 12 mortes relacionados a casos de aborto legal em todo o país.
Conforme estudo disponível no site afterabortion.org, do Elliot Institute, dos EUA, uma ampla investigação foi feita diante de suspeitas dessa natureza e revelou que de fato, há um número significativo de óbitos maternos que está sendo ocultado pela indústria milionária dos abortos, contando ainda com apoio das autoridades. Veja tradução de parte do artigo do Elliot Institute, abaixo:
Investigação aprofundada mostra mais casos ocultos
Copyright Elliot Institute, PO Box 7348, Springfield, IL 62791-7348.
Na década de 80, Kevin Sherlock, um repórter investigativo especializado em pesquisas com documentos públicos fez uma extensa revisão de certificados de óbitos de mulheres em idade reprodutiva em Los Angeles, capital da Califórnia.
Ele analisou os laudos de autópsias e encontrou 29 mortes ocasionadas por abortos no estado de Los Angeles. Ao comparar com os relatórios do governo ele verificou que apenas quatro desses casos haviam sido considerado nas estatísticas da Califórnia.
Usando técnica similar, Sherlock por fim documentou 30 a 40% mais óbitos maternos decorrentes de abortos legais em todo o país, do que o apurado nas estatísticas oficiais do Departamento de Controle de Doenças (CDC) do Governo Federal. (3)
Sherlock admite ainda que toda sua pesquisa foi realizada sem qualquer assistência do CDC, tendo ainda sofrido tentativas de obstruções por parte do órgão no processo de exame dos registros e documentos. Ressaltou ainda, que apesar dos limitados recursos que contou em sua pesquisa, e de todos os esforços da indústria do aborto e da cooperação governamental em ocultar dados acerca de mortes relacionadas ao aborto legal, sua pesquisa documenta apenas uma pequena parte das mortes que podem realmente ter ocorrido.
O pesquisador obteve registros de uma mensagem de Steven C. Joseph, comissário de departamento de saúde de Nova Iorque em junho de 1987, onde alertava ‘amigos’ que tinha na indústria do aborto para tomarem cuidado com o uso geral de anestesias, uma vez que havia registrado entre 1981 e 1984 um total de 30 mortes relacionadas a abortos em Nova Iorque e um terço delas (dez óbitos), por conta de questões envolvendo a anestesia, e que no resto do país, apenas 10% dos óbitos estavam relacionados com anestesias.
Essa mensagem é uma clara evidência de que as autoridades tem conhecimento de que a mortalidade materna decorrente de abortos legais é superior ao que é divulgada como número oficial. No mesmo período (1981 a 1984), em que o diretor do departamento de saúde enviou a mensagem sobre os 30 óbitos ocorridos na cidade de Nova Iorque, o relatório oficial do governo federal apresenta apenas 42 óbitos por aborto legal em todo o país.
Além disso, a mensagem também sugere que o comissário do departamento de saúde teve acesso a informação de outros 146 óbitos por aborto legal para o mesmo período, fora da cidade de Nova Iorque. Somando as informações das duas mensagem, citando óbitos dentro e fora de Nova Iorque, seriam então um total de 176 óbitos decorrentes de abortos legais. Ou seja, número 419% maior do que o divulgado no relatório do governo.
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Outros casos corroboram com essa pesquisa(4). É o caso da morte de Barbara Lee Davis, por hemorragia, logo após uma cirurgia de aborto no primeiro trimestre de gravidez. O departamento de saúde pública do estado de Illinois admitiu “Infelizmente está acontecendo todos os dias em Chicago, e nós mal ficamos sabendo sobre isso” (5). Um ano depois dessa declaração, uma investigação em apenas quatro clínicas de aborto em Chicago verificou-se, via jornal Chicago-Sun Times, que ocorreram 12 óbitos em consequência de abortos legais e os mesmos também não aparecem nas estatísticas oficiais do estado (6).
Mas como pode essas organizações e o governo estar ocultando tantos óbitos por aborto legal?
Antes da legalização, óbitos por aborto ilegais eram analisados cuidadosamente e relatados oficialmente como resultado de atividade ilegal (7).
Atualmente, nos EUA, o aborto não é somente legal mas é politicamente protegido. Toda o o serviço de gestão e acompanhamento das informações sobre aborto no departamento do governo é realizado por partidários da causa do aborto legal e inclusive contratam profissionais da indústria do aborto para trabalhar no departamento. É como contratar consultores da empresa de cigarro Philip Morris para trabalhar na divisão do governo que gerencia informações sobre câncer. Obviamente, os relatórios do governo estão mais preocupados em proteger a saúde da indústria americana de abortos do que em proteger a vida das mulheres americanas(8).
Ao mesmo tempo, óbitos decorrentes de abortos legais também vem sendo ocultados pela Organização Mundial da Saúde(OMS), pela metodologia do código do CID 12. A regra criada pela OMS agrega num mesmo código CID, os casos de embolismo, por exemplo, com casos de óbito por abortos legais. De acordo com a pesquisadora Isabelle Bin (9).
“o óbito por aborto é como que uma categoria “fantasma”, de forma que é impossível de segregar mortes por aborto legal. Com a codificação utilizada, qualquer tentativa de registrar abortos legais no sistema do Centro Nacional de Estatísticas da Saúde de Washington D.C., produz uma “mensagem de rejeição”. Apenas um número muito pequeno de óbitos por aborto são de fato qualificados e validados nessa metodologia para serem informados como óbito por aborto.”
Artigo original em inglês disponível no site AfterAbortion, por David C. Reardon, Ph.D., Copyright Elliot Institute, PO Box 7348, Springfield, IL 62791-7348, traduzido para o português, com adaptações e dados complementares por Marlon Derosa.
Matéria original: AfterAbortion.org
Referência de citações(originais, em inglês):
1. Kevin Sherlock, Victims of Choice, (Akron, OH: Brennyman Books, 1996) 134-135.
2. James A. Miller, “‘Safe and Legal’–Back in New York and Maryland,” HLI Reports, 11(2):8-9, Feb, 1993.
3. Sherlock, Victims of Choice, 115-117.
4. For a more complete discussion with additional examples, see Reardon, Aborted Women Silent No More, 109-113, 282-293.
5. Ann Saltenberger, Every Woman Has a Right to Know the Dangers of Legal Abortion (Glassboro, NJ: Air-Plus Enterprises, 1982, 27.
6. Pamela Zekman and Pamela Warrick, “The Abortion Profiteers,” Chicago Sun-Times, special reprint 3 December 1978 (original publication 12 November, 1978)
7. Reardon, 282-293.
8.For a more extensive review of CDC complicity, negligence, and conflicts of interest, see Mark Crutcher, Lime 5, (Denton, TX: Life Dynamics, 1996), 135-170.
9. Isabelle Bégin, “World-wide Abortion Statistics Scam Exposed,” Reality, Oct. 1999.
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