Em tempos de discussão da ADPF 442, ajuizada pelo PSOL junto ao STF, que visa a descriminalização do aborto em qualquer situação até as 12 semanas de gestação, vários grupos, movimentos e organizações vem refletindo sobre o valor da vida que se esvai em nossa sociedade. Seria a autorização para interromper a vida de um ser humano em desenvolvimento a solução para os nossos problemas sociais?
Nesse contexto, temos várias questões por trás desse projeto, a percepção de que ao deixar de ser crime a morte de um ser indefeso, ainda mais com um argumento de “direito reprodutivo”, “liberdade do corpo da mulher”, há uma visível desumanização do feto e um atentado não somente a inviolabilidade do direito à vida de nosso artigo 5º da constituição federal, mas um desrespeito a outros acordos importantes, como o pacto San José da Costa Rica, que coloca o direito à vida desde a concepção, e também ao próprio Estatuto da criança e do adolescente que prevê o direito à proteção à vida e o nascimento sadio e harmonioso.
Ora, há algum tempo tenta-se implantar uma cultura de morte e de descarte em nossa sociedade, onde o que é indesejado, inconveniente ou até o que está longe de certos padrões em nossa sociedade não devem existir. Usa-se muito o argumento por parte dos defensores da legalização de que mulheres pobres e negras precisam desse direito, pois são elas que morrem em clínicas clandestinas. Porém, além de várias evidências que os números e estatísticas sobre os abortos provocados no Brasil são superestimados, também refletimos: Será que é realmente o direito de matar o próprio filho no ventre que as mulheres querem? Será que é isso que elas precisam? Muitas dessas mulheres recorrem a essa prática por puro desespero, porque se encontram desamparadas, abandonadas, em condições financeiras difíceis, entre tantos outros fatores. Mas pela experiência com o trabalho pró-vida, que a cada dia cresce no Brasil e no mundo, sabemos que muitas dessas mães quando acolhidas, quando ajudadas desistem do aborto e posteriormente quando têm seus filhos nos braços sentem culpa até do fato de ter chegado a pensar na possibilidade de ter efetivado tal ato.
Como exemplos de trabalho pró- vida, temos uma senhora chamada Dóris Hipólito, na baixada fluminense que sem auxílio governamental algum, somente com voluntários, já ajudou salvar mais de 3 mil bebês do aborto, dando todo o amparo possível às gestantes. E assim tantas outras instituições como: A Associação Guadalupe em São José dos Campos-SP, Associação Santos Inocentes em Brasília, Casa Pró-vida mãe imaculada em Curitiba- PR, e assim várias outras em todo país. Essas instituições possuem atendimento material, psicológico, jurídico e espiritual e muitas acolhem gestantes em vulnerabilidade dando inclusive moradia, outras possuem até mesmo creches para atendimento dos bebês. Ora, se esse trabalho fruto somente de benfeitores tem alcançado e salvado tantas vidas, o que o governo poderia fazer enquanto políticas públicas para evitar a sentença de morte de tantos inocentes?
Sabe-se que no Brasil faltam creches, empregos, falta um atendimento de qualidade na área da saúde, pois temos várias gestantes que não têm o atendimento necessário, nem condições humanas de parto. E o que nós vemos é que a solução que nossos políticos encontram é dar um discurso de que tirar a vida humana não é problema, inclusive muitos lutam para que isso seja feito pelo SUS. Essas pessoas esquecem que todos nós tivemos um início e que esse começo não se deu às 12 semanas de gestação, mas sim em nossa concepção. O nascituro deve ser respeitado.
Também para além dessas situações temos obviamente uma lógica de lucro nessa pauta. Existe uma indústria do aborto muito interessada na legalização dele no Brasil, que inclusive financia com milhares de dólares, várias ongs no país para levar essa defesa adiante. Mal podem esperar para instalarem suas clínicas por aqui e ganharem muito dinheiro às custas do sangue de inocentes. Nesse aspecto, citam com orgulho os defensores do aborto, que países desenvolvidos como os EUA e Holanda já tem o aborto legalizado há muito tempo. Ora vejam, em sã consciência ninguém poderia achar um progresso bebês como nos EUA, que podem ser assassinados, em alguns estados, até os 9 meses de gestação. E na Holanda pode-se cometer tal atrocidade até as vinte e quatro semanas de gestação. Qualquer pessoa com o mínimo de valor ético sabe que isso não é nenhum avanço em termos de humanidade. Aliás, essas questões não são vencidas nesses países, inclusive nos EUA o movimento pró-vida cresce a cada ano e várias manifestações são feitas em frente às clínicas de aborto e também denúncias de tráfico de órgãos, como a que houve em 2015, onde foi descoberto que a famosa Planned Parenthood, uma das maiores redes abortistas do mundo, além do dinheiro conquistado com milhares de aborto que realiza, ainda ganhava na venda de órgãos de bebês assassinados por ela.
Dessa maneira, são grandes as discussões e os interesses escusos por trás da descriminalização do aborto em nosso país. E nesse cenário, enquanto cidadãos que têm consciência do valor da vida humana, não podemos nos calar, lutemos pelos nascituros e por todas as mães. Queremos as duas vidas. E lembremos sempre, que se o aborto é o problema ele não pode ser a solução.