A influência do Papa Francisco no Colégio de Cardeais, responsável pela eleição dos papas no Conclave, foi maior do que a dos dois últimos papas. Esse número supera o de seus antecessores, Bento XVI e São João Paulo II. Embora os cardeais não sejam obrigados a seguir a linha do papa que os nomeou, a tendência é que os cardeais sigam a linha do Papa Francisco na eleição do noto Pontífice.
Com o número de cardeais eleitores atualmente em 138 — aqueles com menos de 80 anos e, portanto, aptos a votar num conclave —, o Papa Francisco é responsável direto pela nomeação de 110 deles, o que representa cerca de 80% do total. Este grupo é notavelmente mais diverso do que os anteriores, com uma representação maior da Ásia, África e América Latina, espelho do objetivo do falecido papa de ampliar o alcance da Igreja.
Essa tendência ligada ao clero de países periféricos, já iniciada com o próprio Papa latino-americano, pode ser entendida de várias formas. A ala progressista possui clara inclinação na defesa dessa linha devido às expectativas marxistas da teologia da libertação. Por outro lado, essas regiões afastadas do eixo europeu têm profundas raízes em tradições e ligação com sociedades mais conservadoras.
ntre os cardeais africanos em discussão estão Peter Turkson, de Gana, ex-chefe do Pontifício Conselho Justiça e Paz, e Fridolin Ambongo Besungu, da República Democrática do Congo. Ambos representam a ala conservadora, junto do cardeal Peter Erdo e Luis Tagle.
No entanto, a ala progressista tem suas esperanças em cardeais como Pietro Parolin, Matteo Zuppi, Mario Grech, entre outros, ambos bastante próximos do Papa Francisco.
Nos próximos dias, o Instituto Estudos Nacionais apresentará análises mais aprofundadas, à luz das tendências globais e do clero, para os assinantes da Coluna EN, que pode ser seguida clicando aqui.