Pensando nas perplexidades do mundo frente às mensagens de Nossa Senhora de Fátima, em 1917, ano em que o mundo viu estourar a revolução russa, buscamos trazer uma nova abordagem que desse conta do significado das palavras da Mãe de Deus àquela altura, quando do alerta sobre os “erros da Rússia”. Afinal, concluiu-se historicamente que o alerta se referia ao comunismo, em sua forma soviética, que de fato espalhou-se pela Terra através das operações de subversão que tiveram como alvo os países europeus e na América. Em geral, os ocidentais enfocam o problema sob o ponto de vista social, político e econômico. Ou, no máximo, cultural. No entanto, os erros espirituais exportados pela Rússia ao ocidente são mais numerosos e mais perigosos do que se imagina, ainda que tenham aparecido inúmeras vezes protegidos sob um véu que, ao longo da história, já se mostrou sob aparência de tradicionalismo, ortodoxia, mas também modernidade e pós-modernidade.
Em nossos dias, quando conservadores herdeiros do velho anticomunismo já se referem àqueles frutos nefastos com o termo globalismo, talvez seja o momento de apontar para a sua ineficácia e imprecisão histórica. Parece cada vez mais necessário recordar a herança direta daquelas ideias revolucionárias com as utopias transumanistas do presente, relacionando-as não apenas às promessas marxistas no campo da política e economia, que marcaram a história da União Soviética e de tantos países satélites, mas também as ideias espiritualistas que cresceram na Rússia, correntes esotéricas que estiveram na raiz daquelas ideologias que se espalharam pelo globo como verdadeiro flagelo.
Isso não quer dizer, evidentemente, que eles tenham vindo apenas da Rússia. Mas vindos da Alemanha, França ou do oriente médio, trilharam um interessante e enriquecedor trajeto por meio do território e da cultura russa, onde encontraram nas operações da KGB um excelente veículo de expansão.
A Rússia foi, senão o maior, o principal palco das revoluções do espírito no final do século XIX e início do século XX. Dela vieram as ideias de Helena Blavatsky, a principal guru espiritualista do ocidente moderno. Mas, antes mesmo do seu aparecimento, as ideias ocultistas que gozavam de certa tolerância da Igreja Ortodoxa, encontraram no místico luterano Jacob Boheme uma grande inspiração, sendo estudado com profundidade nos seminários ortodoxos russos. Suas ideias, seguidas por intelectuais russófilos que ansiavam por uma originalidade espiritual e messiânica do seu país, aproximaram-se das famílias de czares através de nomes como Vladimir Soloviev, no início do século XX.
Um dos principais gurus russos, Alexander Dugin, se diz oposto ao globalismo, assim como à maçonaria e até considera o protestantismo uma “não-tradição”, mas não menciona a influência de Boheme, por exemplo. Da mesma forma, ele ressalta uma suposta oposição ao feminismo e às ideologias identitárias, sem mencionar a origem ocultista dessas ideologias presentes nos porões da história russa, cujos caminhos deram a Dugin a sua formação ideológica.
Essa postura de defesa de uma narrativa superficial tem atraído católicos tradicionais, cada vez mais carentes de afagos político-ideológicos que representem o ataque aos históricos inimigos da Santa Igreja. Mas Tudo isso é ressaltado sem mencionar o evidente anticatolicismo de Dugin, mas, o que é pior, ocultando o aspecto gnóstico e abertamente satanista da nova ideologia russa.
A história de como essas crenças espiritualistas trilharam o caminho para o ocidente através de engenhosas teses intelectuais que uniam a feitiçaria camponesa aos modernos conceitos maçônicos vindos da Europa é contada no curso A História Oculta da Rússia e as Mensagens de Fátima, que buscará aprofundar a ideia dos “erros da Rússia” em um apanhado histórico inédito, cujo desconhecimento tem feito com que conservadores e católicos sejam seduzidos por programas meramente políticos e narrativas aparentemente tradicionais do atual estado russo.
A insuficiência do termo “globalismo” para se referir às últimas etapas desses erros da Rússia contra o ocidente tem sido uma das principais causas da confusão conceitual e espiritual que vemos em nossos dias.
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