André Figueiredo
Nos últimos dias temos percebido o aumento artificial da tensão entre a ala progressista da Igreja Católica e a Tradicionalista perenialista. Antes de qualquer outra coisa, é importante salientar que essas duas correntes formam uma falsa dialética e suas origens espirituais são as mesmas, onde a intenção delas é a destruição do Catolicismo, o que certamente não ocorrerá, principalmente na atualidade porque o Papa Francisco está tomando decisões corretas, inclusive nos afastamentos e outras punições que vem impondo ao clero considerado conservador, e isso ficará mais claro no terceiro texto desta série.
Obviamente, a maioria dos conservadores da direita, como eu, tem a clara percepção da incompatibilidade do comunismo com a doutrina católica e os erros espirituais perpetuados pela Teologia da Libertação. O problema é que poucas pessoas compreendem a mística gnóstica e a influência russa dentro do movimento tradicionalista perenialista, e é aí que reside o problema.
Neste texto não entrarei nas polêmicas envolvendo o clero católico, mas pretendo expor alguns preceitos importantes que originam as ideias de “Grande Despertar” e “Grande Reset”, inspiradas no movimento histórico protestante, da maçonaria europeia, principalmente na Inglaterra e suas colônias, chamado Great Awakening e que foi contraposto dialeticamente pelo Iluminismo. Mais recentemente, o termo reapareceu utilizado por Aleksandr Dugin em seu livro The Great Awakening vs the Great Reset, além de outros autores, como Alex Jones, para pavimentar um processo revolucionário, na mesma linha em que o “great awakening vs enlightenment“, proporcionou historicamente a partir da Revolução Americana e Francesa.
Vamos alongar um pouco para explicar as origens espirituais, começando pelo surgimento de um movimento chamado “I AM” (Eu Sou) e a constante presença de um “tibetano” se comunicando por meio de “canalizações” nos mitos das religiões gnósticas.
A teoria da Terra Oca
No século XVII, ainda na onda dos descobrimentos e o sonho de descobrir continentes e civilizações perdidos, começa a surgir uma nova proposta sobre a composição e formato da Terra, onde, de acordo com teorias de magnetismo da época, a Terra seria oca. Essas ideias começaram a aparecer a partir das primeiras visitas documentadas de europeus ao Tibete, os missionários jesuítas portugueses, António de Andrade e Manuel Marques, em 1624. Um ano depois, com o total apoio do Rei e da Rainha de Guge, Andrade e Marques estabeleceram uma missão permanente em Tsaparang, no Vale Garuda, na região de Ngari, a oeste do Tibete. A conselho de Andrade, uma segunda missão jesuíta foi enviada da Índia ao sul do Tibete, em 1627.
Supostamente recebidos pelo Rei de Ü-Tsang, os missionários portugueses, João Cabral e Estêvão Cacella, estabeleceram a sua missão em Shigatse, em 1628, e forneceram a primeira informação sobre Shambhala a chegar ao Ocidente. Dado que ambas as missões portuguesas foram evacuadas em 1635, depois de se terem envolvido nas lutas pelo poder pelo controle do Tibete naquela altura, seriam necessários mais vinte e cinco anos antes da próxima visita europeia documentada ao país.
Os primeiros europeus a conhecer um Dalai Lama foram provavelmente os dois jesuítas, Johannes Grueber da Áustria e Albert Dorville, que viajaram a Lhasa, em 1661, no caminho de Pequim para Agra, na Índia. É desta expedição que surge a gravura do célebre livro China Illustrata, publicado em 1667 pelo jesuíta e cabalista Athanasius Kircher, que supostamente retrata o 5º Dalai Lama Lobsang Gyatso. Para o retrato, Kircher citou como fontes a astrologia caldeia, a cabala hebraica, o mito grego, a matemática pitagórica, a alquimia árabe e a filologia latina. Kircher afirmou ter decifrado a escrita hieroglífica da antiga língua egípcia, mas a maioria de suas suposições e traduções neste campo foram posteriormente consideradas incorretas. Na obra Oedipus Aegyptiacus, ele argumentou que Hieróglifo era a língua falada por Adão e Eva, que Hermes Trismegisto era Moisés e que os hieróglifos eram símbolos ocultos que “não podem ser traduzidos por palavras, mas expressos apenas por marcas, caracteres e figuras”. A obra de Kircher foi muito utilizada nos esforços missionários, pois ele tentou fazer uso da tradição de John Dee, ao ilustrar uma versão “egípcia” do símbolo da Monas Hieroglyphica em um de seus volumes. Duas obras de Kircher se tornaram referencias para a Teoria da Terra Oca: “Mundus subterraneus, quo universae denique naturae divitiae” e “Magnes sive de Arte Magnetica”. Ambos os livros influenciaram Edmond Halley, considerado pai da teoria da terra oca e cujo nome inspirou o Cometa Halley.
O mais conhecido dos primeiros missionários europeus a visitar o Tibete havia sido Ippolito Desideri ou Hippolyte Desideri, que foi o primeiro europeu documentado a ter estudado e compreendido com sucesso a língua e a cultura tibetanas.
Mais tarde, em 1738, o místico sueco Emmanuel Swedenborg aparentemente contatou alguns jesuítas interessados em alquimia quando visitou a Real Academia de Ciências de Turim, que ficava no antigo claustro jesuíta. Na Academia estava a premiada exposição da Tabula Isiaca, que fascinava os maçons desde a época de Sir Robert Moray. Essas fontes foram usadas por Kircher, em Oedipus Aegyptiacus, para desenvolver suas traduções de hieróglifos egípcios, que hoje são conhecidos por serem incorretos. Mas ao ler as obras de Kircher, Swedenborg acreditou ter aprendido sobre a verdadeira interpretação cabalística feita pelo jesuíta, baseada fortemente no Sepher Yetzirah e no Zohar, livros sagrados cabalistas e maçônicos.
Foi a partir da influência de Swedenborg que o “Tantra da Mão Esquerda” ensinou a doutrina do repúdio à moralidade convencional, onde os seguidores de Sabbatai Zevi podiam ver uma semelhança com a sua própria doutrina da “Santidade do Pecado”, espécie de culto contra-iniciático que contribuiu para a lenda de uma “Cabala Oriental” na Maçonaria. Swedenborg explicava que a “Palavra Perdida”, símbolo importante na Maçonaria, já existia na Ásia muito antes dos israelitas. A Maçonaria atinge o seu clímax no simbolismo da “Palavra Perdida” e na busca pela sua recuperação. A história mítica da Maçonaria afirma que existiu, uma vez, uma Palavra de grande poder, conhecida apenas por alguns, mas que acabou sendo perdida durante a construção do Templo de Salomão.
Atravessando o continente atlântico, essas ideias começaram a se propagar nos Estados Unidos, começando pela obra Symzonia: A Voyage Of Discovery, de John Cleves Symmes Jr, publicada em 1820, e depois na célebre obra do francês Júlio Verne, Viagem ao Centro da Terra e 20 Mil Léguas Submarinas. Nos anos seguintes, temos a publicação de obras como Atlantis: The Antediluvian Worl e Ragnarok: The Age Of Fire And Gravel, de Ignatius Donnelly, que ecoavam as mesmas especulações maçônicas, baseadas no oculto e na busca por civilizações e símbolos perdidos.
Finalmente, chegamos num dos livros que mais influenciaram o ocultismo Norte Americano, A Dweller on Two Planets, um livro escrito por Frederick Spencer-Oliver. O livro foi concluído em 1886 e, em 1894, o manuscrito foi datilografado e protegido por direitos autorais e republicado em 1899, devido a um acréscimo. Naquele ano, foi então publicado novamente, por sua mãe, Mary Elizabeth Manley-Oliver, seis anos após a morte de Oliver. Na introdução ao livro, Oliver afirma que a obra foi “canalizada” através dele por meio de escrita automática, visões e “ditados” mentais, por um espírito que se autodenomina Phylos, o Tibetano, que lhe revelou a história durante um período de três anos, começando em 1883. O relato de Oliver, que discutia a existência de uma cidadela escondida de Mestres Atlantes dentro da montanha, tornou-se popular entre as comunidades ocultistas e teosóficas na América.
Já em 1931, Spencer Lewis, fundador da ordem Rosacruz AMORC, publicou o livro Lemuria: The Lost Continent of the Pacific, que afirmava que a cidade perdida de Shasta estava repleta de cavernas nas quais antigos mestres lemurianos preservaram sua antiga sabedoria. De acordo com os antigos manuscritos, supostamente em sua posse, o norte da Califórnia teria pertencido às terras da Lemúria, onde Shasta estava entre as montanhas mais altas do mundo, tornando-se um refúgio ideal para aqueles que procuravam escapar do grande Dilúvio.
Nessa época temos também Olga Froebe-Kapteyn, amiga de Carl J. Jung, que foi próxima da então presidente da sociedade Teosófica, Annie Besant e de Krishnamurti. No final da década de 1920, após sete anos de “concentração disciplinada”, enquanto visitava seu irmão que morava nos EUA, Olga foi apresentada à teosofista Alice Bailey. Em 1920, havia uma disputa pela liderança de Annie Besant, cuja posição como presidente havia sido prejudicada pelas consequências do “Instrutor Mundial” Krishnamurti, visto como espírito iluminado. Então, seguindo mensagens canalizadas de forma independente que ela recebeu em 1919, Bailey rompeu com a Sociedade Teosófica e, em 1923, fundou a Escola Arcana com base nas canalizações de um “Mestre Ascenso” a quem ela chamou de Djwahl Khul, também denominado “Tibetano”. A Escola Arcana existe ainda hoje e tem escritório nas Nações Unidas, onde funciona uma “sala de meditação”.
Foi finalmente Carl Jung quem induziu Froebe-Kapteyn a se afastar do grupo que cercava Bailey. Quando Jung viu suas “Placas de Meditação”, ele disse que era possível ver que ela “estava lidando com o diabo”.
É interessante lembrar que o Monte Verità (A Montanha da Verdade), foi fundada por Henri Oedenkoven e Ida Hofmann e era uma comuna utópica perto de Ascona, que se tornou uma espécie de paraíso da boemia e do ocultismo da Nova Era, apresentando experimentação em surrealismo, paganismo, feminismo, pacifismo, nudismo, psicanálise e cura alternativa. Ida Hofmann, foi uma das maiores astrólogas do Brasil – sim, no Brasil. Ela se estabeleceu na região do Palmital, há uns 30 km da cidade de Joinville, Santa Catarina.
A seita I AM, os OVNIS e nazistas
Em 1932, o casal Guy e Edna Ballard, criadores da seita “I AM”, criaram a Fundação Saint Germain depois de “entrarem em contato” com o Mahatma chamado “Mestre Ascensionado Saint Germain”. Os Ballards recrutaram a equipe sênior de William Dudley Pelley (que criou uma milicia chamada Camisas Prateadas inspirada nos Camisas Marrons de Hitler), e plagiaram seus livros e ideias para criar o culto “I AM”, que compartilhava membros que também faziam parte dos Camisas Prateadas. Em 1938, o movimento chegava a um milhão de seguidores.
O culto “I AM” é o que Christopher Partridge caracterizou como uma “religião OVNI”, todas influenciadas pelas obras de Alice Bailey e pela Teosofia iniciada por Helena Blavatsky. Durante seu primeiro encontro telepático, Ballard conheceu St. Germain em uma caverna sob o Monte Shasta, que o teria mostrado um aparelho de televisão que poderia receber transmissões do planeta Vênus.
Pelley havia sido um roteirista de sucesso de Hollywood no auge da era do cinema mudo. Sua vida mudou, porém, após o que ele classificou como uma “experiência extracorpórea”, fazendo dele um espiritualista e com atividades e visões políticas fascistas. No final das décadas de 1920 e 1930, ele popularizou a idéia de EQM, experiências de quase morte, começando em 1929.
Foi Pelley que escreveu o primeiro artigo amplamente lido sobre o assunto, descrevendo sua visita ao mundo espiritual, onde “Mentores celestiais” o teriam aconselhado nas verdades ocultas da vida. No entanto, agindo sob instruções “clariaudientes” de seus mentores, que exaltaram o destino de Adolf Hitler, Pelley foi inspirado a formar sua própria ordem paramilitar pró-Hitler, os Camisas Prateadas, iniciada em 1932.
Pelley publicou um grande trabalho sobre extraterrestres chamado Star Guest, que consiste principalmente em comunicações canalizadas que Pelley afirmava ter recebido desde o final da década de 1920. De acordo as suas “revelações”, os seres humanos teriam se originado quando seres sencientes vieram à Terra, vindos de planetas próximos a Sirius, procriando com formas de vida simiescas indígenas. Ele relacionou esta criação inter-racial à Queda original, ligando ao relato de Gênesis sobre os “filhos de Deus”. Segundo Pelley, as raças híbridas tornaram-se corrompidas, por isso “as inteligências” enviaram mensageiros, um dos quais teria sido Jesus, para reparar os danos causados à humanidade pela procriação inter-racial (por isso muitos espiritas, como o Senador de direita Eduardo Girão, que tem uma irmã e cunhado professores da entidade Teosófica Nova Acrópole, se dizem cristãos). Se os espíritos malignos não forem detidos, escreveu Pelley, “uma coligação de nações orientais, da qual a Rússia é líder, irá subjugar o globo, reduzindo os seus povos brancos e cristãos à escravidão”.
Também envolvidos com Pelley no movimento “I AM”, estavam dois dos primeiros “contatados” de OVNIs, George Adamski e George Hunt Williamson, os primeiros a se apropriarem das descrições de seres de outros planetas de Swedenborg. Embora os primeiros “contatos” da religião OVNI tenham sido a comunicação telepática com os Mestres Ascensionados, foi somente com o advento do acidente de Roswell, em 1947, que surgiu o mito dos extraterrestres como pilotos de “discos voadores”. Os supostos discos de Adamski eram idênticos aos retratados nas supostas plantas nazistas capturadas, alimentando o mito de que os nazistas haviam desenvolvido naves antigravitacionais. Ele alegou ter fotografado naves de outros planetas, encontrado “venusianos” que ele chamou de “Irmãos Espaciais” e ter voado com eles. O astronauta “nórdico” que ele encontrou foi descrito como tendo aparência “ariana”, com longos cabelos loiros e olhos azuis.
Williamson eventualmente combinou sua própria canalização e as crenças de um pequeno culto de contatados liderado por Marion Dorothy Martin, conhecido como a Irmandade dos Sete Raios, para produzir uma série de livros sobre a história antiga e secreta da humanidade.
Esses livros reescrevem o Antigo e o Novo Testamento para retratar cada figura-chave como uma reencarnação de uma das seis ou oito “entidades” diferentes e expandiram os ensinamentos teosóficos que os amigáveis Irmãos do Espaço no passado distante ensinaram à raça humana os rudimentos da civilização. Segundo Williamson, os astronautas também ajudaram na fundação das religiões judaica e cristã, personificando “deuses” e realizando “milagres” quando necessário.
Martin, uma dona de casa de Chicago influenciada pela Teosofia e pela Cientologia, fez experiências com a escrita automática e uma profecia do Juízo Final. Jesus Cristo supostamente apareceu para ela enquanto ela estava morrendo e a curou pela imposição de mãos. As fontes extraterrestres de Martin, do planeta Clarion, teriam a informado de que haveria muita perda de vidas, praticamente todas, em 1955.
Foi no culto criado por Martin que o psicólogo, Leon Festinger, (quinto psicólogo mais citado do século XX), se infiltrou pra formular a sua teoria da DISSONACIA COGNITIVA, que o professor Olavo de Carvalho muito citou. Toda essa história influenciou Chico Xavier.
A direita brasileira e os influencers do “despertar”
Há pelo menos dois influenciadores geopolíticos ou “exopoliticos”, que podemos citar que seguem essa linha.
- Luiz Antônio Peixoto Valle, do canal Xeque Mate Global no YouTube, um crente na Lei do Uno, ou Material de Rá;
- Luciano Cesa, divulgador da Igreja Universal Triunfante, uma versão brasileira da Summit Lighthose, criada pela médium Elisabeth Clare Prophet.
1. Xeque Mate Global e a Lei do Uno
Luiz Antônio Peixoto Valle acredita na Lei do Uno ou Material de Rá. O que é isso?
A Lei do Uno é uma série de transcrições de 106 sessões mediúnicas de suposta autoria de uma “inteligência coletiva que se desenvolveu há cerca de 2 bilhões de anos no planeta Vênus” e se auto intitula um complexo de memória social chamado Ra, um grupo de almas individuais, em um grau maior de “evolução espiritual”, que teriam sido canalizadas em transe profundo por Carla L. Rueckert (McCarty) no início dos anos 80.
A série de sessões mediúnicas apresenta as transcrições exatas do diálogo entre Don Elkins e Ra, e foi publicada entre 1982 e 1998. O Material de Ra deixa claro a relação íntima entre as crenças da “evolução espiritual” e o fenômeno OVNI. Segundo Ra, o que nós chamamos de OVNIs são, quando positivos em essência, entidades de densidades de consciência mais elevadas que têm como intuito semear na consciência humana o fato de que nós não estamos sozinhos e que há muito mais a se levar em consideração em nossas próprias existências do que o que nossos sentidos nos oferecem. Segundo eles, o que impede as entidades extraterrenas de interagirem diretamente conosco seria a chamada “primeira distorção da Lei do Uno”, a Lei do Livre Arbítrio, ou o que eles denominam Lei da Confusão.
Esta evolução é baseada em um sistema Gurdjieffiano de octavos, sendo que a oitava densidade é o retorno ao criador para a formação de um novo octavo. O processo de seleção daquelas almas capacitadas a progredir através das densidades é chamado de Colheita e é, segundo seus adeptos, exatamente neste estágio que a Terra se encontra atualmente, numa colheita para o que seria a quarta densidade espiritual, ou de consciência.” Seria essa a razão pela qual no último século as sociedades secretas “abriram” seus conhecimentos para torná-los conteúdo de cultura massiva como no movimento “new age” e tradicionalismo?
Luiz Antônio Peixoto Valle aparentemente crê que é um “Andarilho”. Um ponto-chave apresentado no Material é o conceito de Andarilhos, que são almas mais evoluídas espiritualmente que vieram à Terra para auxiliar nessa “colheita”. O entendimento do papel dos Andarilhos no desenvolvimento da Colheita demanda o entendimento de outro conceito, tratado no Material, que é a Consciência Planetária. Semelhante ao conceito de noosfera, do teólogo modernista Teilhard de Chardin, é a soma da vibração de consciência de todos os seres terrenos.
Segundo essa doutrina da Colheita, quando os Andarilhos nascem aqui eles passariam a fazer parte dessa Consciência Planetária e têm a oportunidade de alimentá-la com a “pureza de coração” e as “vibrações de amor e entendimento”, que são mais eficientemente difundidas na Consciência Planetária, ou como Carl G. Jung a batizou, o inconsciente coletivo”.
Pouco antes dessa seita da Lei do Uno, houve outro movimento que provavelmente exerceu influência em Carla L. Rueckert, que se inspiraram em Williamson e nas canalizações de George King, e criaram o COMANDO ASHTAR. A mais proeminente entre esses “canalizadores” foi Thelma B. Terrell, também conhecida como Tuella, que enfatizou o papel dos extraterrestres na evacuação das almas “purificadas” da Terra, a fim de escapar das calamidades futuras. Embora as mensagens de Tuella venham de muitos associados de Ashtar, Hatonn parece ter ganhado um destaque especial entre eles. Hatonn não é apenas um “Grande Comandante”, mas também “o Guardião dos “Registros da Galáxia” e os registros são mantidos no planeta que leva seu nome”.
Hatonn inspirou a criação da revista Phoenix para publicar suas comunicações de rádio. Central para o desenvolvimento das publicações da Phoenix, foi George Green, que afirmou ter visto uma nave alienígena na Base Aérea de Edwards, em 1958. De acordo com Green, ele foi contatado por “seres espaciais” e firmou um acordo com eles para “publicar o material transmitido da espaçonave chamada ‘a fênix’”.
O título completo de Hatonn é Comandante Gyeorgos Ceres Hatonn, e ele afirma ser “Comandante-em-Chefe, Transição do Projeto Terra, Comando de Voo do Setor Plêiades, Frota da Federação Intergaláctica – Comando Ashtar; Representante da Terra no Conselho Cósmico e no Conselho da Federação Intergaláctica para a Transição da Terra.” Ele disse que tinha “bem mais de um milhão de naves” sob o seu comando e que a sua missão “é remover o povo de Deus do planeta quando isso for necessário… se isso for necessário”.
2. Luciano Cesa e Clare Prophet
Luciano Cesa, é um divulgador da Igreja Universal e Triunfante, uma organização religiosa da Nova Era fundada nos Estados Unidos, em 1975, por Elizabeth Clare Prophet. Influenciada pela Teosofia e pelo I AM, a “Igreja” originou-se como The Summit Lighthouse, estabelecida por Mark L. Prophet, em 1958. Ele afirmava ser um Mensageiro que canalizava mensagens dos Mestres Ascensionados para a humanidade. O nome da igreja é inspirado em sua mãe, que era católica, em referência à Igreja Militante e Igreja Triunfante, uma se refere aos cristãos vivos e a outra aos cristãos no Céu. Como milenarista, porém, Prophet acreditava que o mundo havia entrado em um “período de perigo de carma negativo acelerado” e que isso precipitaria um ataque nuclear soviético contra os Estados Unidos.
Ela insistiu que o projeto liberalizante da glasnost, do líder soviético Mikhail Gorbachev, era uma frente de propaganda e que seu governo estava planejando um ataque nuclear. Em uma mensagem de Ação de Graças de 1986, que ela alegou ter vindo de Saint Germain, Prophet afirmou que a Igreja deveria começar a preparar abrigos subterrâneos para sobreviver a uma guerra nuclear.
Em 15 de março, cerca de 7.000 membros da seita entraram em abrigos. Na manhã de 16 de março, muitos membros deixaram os abrigos e descobriram que o ataque nuclear não havia ocorrido e muitos reavaliaram imediatamente suas crenças. Cerca de um terço dos membros da Igreja rompeu imediatamente com o grupo. Muitos membros da Igreja deixaram seus empregos para fugir para o complexo e gastaram suas economias comprando suprimentos de sobrevivência, deixando-os financeiramente falidos.
Prophet afirmou que o ataque nuclear não se materializou, não porque as suas previsões originais estivessem incorretas, mas porque as orações da Igreja ajudaram a evitar o desastre.
Esse clima de tensão apocalíptica inspirou outro movimento, que acreditava que o mestre ascensionado Saint Germain novamente estava se comunicando com adeptos das religiões OVNI e que haveria uma lei de NESARA/GESARA. Isso gerou uma especulação por ouro, mas isso vocês podem observar neste documentário do YouTube que recomendo fortemente que assistam, que é “pai do QAnon”.
Atualmente esse movimento sofreu um upgrade e seus adeptos, como o Luciano Cesa, creem que vamos entrar numa Era de Ouro de Aquários e passaremos a utilizar ouro e criptomoedas.
No próximo texto relacionarei os influenciadores da direita gnóstica, principalmente americana financiada pelo Kremlin com esse esoterismo.
Continua…