A censura e proibição do show do humorista Léo Lins, que fez piadas com o presidente Lula, provocou uma avalanche de lamentação entre artistas e colegas de profissão que, no entanto, fizeram campanha para o petista nas últimas eleições. A reação de grande parte dos internautas foi merecida: um festival de “faz o L”.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, Léo Lins brinca com as minorias ao dizer que, se o gordo, o idoso e o deficiente formam uma pirâmide hierárquica na qual cada qual vai ganhando um lugar à frente da fila, deve ser por esse motivo que um gordo, idoso e deficiente chegou à presidência. Essa foi a brincadeira “com as minorias” que pode ter levado o humorista a ser cancelado e recebido censura prévia. Os leitores decidam se essa piada foi mesmo com as minorias ou alguma outra minoria, de uma pessoa só, intocável e cuja honra não pode ser ofendida por uma piada ou um slide de Power Point.
O ator e humorista de esquerda, Fábio Porchat, classificou como “inaceitável” a censura contra o colega. “Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável!”, disse ele. Mais tarde, publicou em seu perfil uma defesa aberta da liberdade humorística, fingindo esquecer-se de quando disse em um podcast: “Em pleno 2021 você ainda quer fazer piada zoando gordo?”. Em um corte relembrado por internautas em seu perfil, ele aparece dizendo que se pintaria de vermelho em homenagem a Lula para retirar Bolsonaro do poder.
Por outro lado, Porchat também defendeu abertamente que se faça piada com religião, o que classificou como “importante”. Em outro momento, o pseudo-humorista disse que “o politicamente correto é bem-vindo porque faz a gente pensar”. Fique pensando então, Porchat, enquanto você pode pensar as suas próprias asneiras. Porque em breve as únicas besteiras que poderão ser pensadas estarão no Diário Oficial.
Mas o comentário de Porchat pela radical rejeição a Bolsonaro relembra muitos outros, incluindo alguns da direita que por falta de coragem de defenderem Lula e perderem os seguidores, promoveram o voto nulo. Para estes também vale o “faz o L”, mantra que vem se tornando a cada dia mais atual, ao contrário de todas as modas passageiras. Afinal, quem votou nulo fez também o seu L. Um L envergonhado, mas fez.
É o caso de Danilo Gentili, que embora nunca tenha se assumido petista, atacou Bolsonaro como se não houvesse amanhã. Se, como dizem alguns, a censura e a perseguição já começara naquele governo e, caso tivesse se reeleito, estivesse ainda pior, isso não exime de responsabilidade quem, de posse de dois neurônios, possa observar a diferença no mínimo ideológica entre os programas de ambos os candidatos.
Se um defensor da liberdade é ineficaz, e até prejudicial por conta gerar reação exagerada no sistema, um defensor aberto da censura e da perseguição não parece que irá gerar “reação” pacificadora do sistema sobre o qual este mesmo censurador detém o poder total. Não foi o amor, slogan petista, que venceu as eleições.
Lula foi eleito pelo ódio. O voto por ódio se tornou uma verdadeira instituição no ano de 2022, principalmente a partir da campanha massiva perpetrada por grandes jornais, que começou já em 2018 e guiou a mão de Adélio Bispo de Oliveira, o ex-psolista que justificou seu crime pelas palavras repetidas à exaustão nos jornais, redações e outros redutos da extrema esquerda raivosa.