Em uma reunião com representantes do Twitter, ocorrida logo após o massacre de crianças em uma escola de Blumenau (SC), o ministro da Justiça, Flávio Dino, usou a comoção nacional para pressionar a plataforma e atacou a liberdade de expressão, assim como os “termos de uso” da empresa.
O trecho da conversa foi publicado nesta quarta-feira (17), mas ocorreu no mês passado.
“Esse tempo de autorregulação, da ausência de regulação, da liberdade de expressão como valor absoluto, que é uma fraude, que é uma falcatrua, esse tempo acabou no Brasil”, disse o ministro na reunião, como é possível ver no vídeo do site Metrópoles, publicado nesta quarta-feira (17).
Como temos explicado no EN, o conceito de regulação e liberdade de expressão para o Partido dos Trabalhadores está inserido em um ponto de vista marxista, no qual a ideia de liberdades civis das democracias liberais é ilegítimo, ilusório e desigual. Para a esquerda, a única liberdade possível virá do proletariado, representado pelo partido e, quando este ocupa o governo, pelo Estado na forma de regulação. Como o conceito está amplamente difundido na sociedade, essa regulação deve se estender indefinidamente, como o próprio ministro Dino se referiu recentemente, quando afirmou que tudo no país é e deve ser regulado, incluindo aí até mesmo a família, como mencionado.
Desde que ocorreu o massacre na escola de Blumenau, no mês passado, o governo vem pressionando Congresso e instituições para um aprofundamento da regulação, dando sequência ao processo de instalação de um novo regime iniciado com os eventos de 8 de janeiro, quando foram feitas mais de 2 mil prisões políticas nos protestos contra o governo.