Os recentes ataques do presidente Lula à Ucrânia e aos países aliados deu ao Brasil um prejuízo de nada menos que US$ 50 bilhões. Isso porque a estatal ucraniana Antonov, fabricante mundial de aviões militares, cancelou a negociação que traria o investimento ao país através da construção de um complexo industrial em São Paulo.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (26), o governo de SP confirmou o cancelamento da negociação, que ocorreu após as declarações do presidente Lula sobre a guerra.
“A Secretaria de Negócios Internacionais do Estado de São Paulo informa que, no dia 11 de abril, recebeu representantes de Oleksandr Nykonenko e Victor Avdeyev, conselheiro e vice-presidente da Antonov Company, para audiência a respeito do interesse da estatal ucraniana Antonov desenvolver atividades no Brasil, em especial no Estado de São Paulo”, diz o governo de SP em nota.
Depois da nota, os participantes da reunião entraram em contato, por e-mail, informando que “diante das últimas declarações do Governo Federal, a Antonov decidiu suspender as negociações.” O governo paulista também confirmou ter recebido posteriormente um comunicado suspendendo as tratativas tendo em vista as declarações do presidente.
O investimento de US$50 bilhões e a geração de 10 mil empregos diretos e indiretos estão em jogo, já que a estatal ucraniana considerava o Brasil um país neutro. O projeto previa a construção de uma planta industrial de 70 mil metros quadrados em dois estados, Paraná e São Paulo, transferência de tecnologia e uma pista de testes de ao menos 2.400 x 50 metros em um cronograma estimado em cinco anos.
As falas do presidente Lula, que afirmou que a “decisão da guerra foi tomada por dois países”, foram repudiadas pela comunidade internacional. Agora, resta aguardar para ver se as negociações serão retomadas e o projeto da Antonov sairá do papel no Brasil.
Em recente entrevista na Espanha, Lula não reconheceu o pertencimento da Crimeia à Ucrânia, região anexada pela Rússia em 2014. A anexação não é reconhecida pela comunidade internacional. O tema divide a esquerda mundial, assim com a direita, devido às ambiguidades da nova matriz ideológica de “terceira posição”.
Em sua viagem à China, Lula defendeu uma “nova ordem” na qual a ONU tivesse mais autoridade sobre os países. Nesta semana, em Madri, Lula voltou a atacar a organização e declarou-se favorável à criação de um “estado palestino”.
“ONU era tão forte que, em 1948, conseguiu criar o Estado de Israel. Em 2023, não consegue criar o Estado palestino”, diz.
Aliados do presidente, à esquerda, pedem que Lula pare de dar declarações sobre política externa, o que estaria, na visão de alguns, prejudicando o governo e enfraquecendo a imagem do presidente. Para alguns, Lula erra demais ao falar de temas que não conhece. As teses que ele defende, porém, estão amplamente presentes em livros e documentos ligados às novas críticas ao Ocidente por parte de movimentos associados aos BRICS, que unem principalmente a extrema esquerda mundial a movimentos neofascistas antiliberais que se opõem à democracia nos moldes ocidentais.
BRICS, o novo “Eixo”
O governo brasileiro de Lula tem se colocado o alinhamento ao BRICS como uma alternativa de negação aos países ocidentais, incluindo a Europa e EUA, preferindo estar ao lado de países que não têm compromissos com violações de direitos humanos e princípios democráticos.
Ainda que esses princípios estejam sendo descaracterizados por ideologias identitárias e globalistas (sobre as quais Lula não discorda), países do BRICS são marcados pela crença na utopia multipolar, segundo a qual cada país terá uma realidade a ser respeitada pela comunidade internacional, independente de violações, agressões, guerras expansionistas em suas próprias regiões, entre outras ações.
À frente dessa nova proposta de conjuntura, a Rússia propõe remodelar o planeta para colocar países vizinhos, pertencentes à antiga União Soviética, de volta à esfera de influência de Moscou.