O presidente Lula foi à China para defender um novo eixo de poder global, mais autoritário e alinhado às nações menos democráticas do mundo. Dizendo falar em nome da paz mundial, o líder petista não reconheceu a soberania da pequena ilha de Taiwan, que vem sendo ameaçada pelo poderio militar chinês, e chegou a dizer que a Crimeia não deveria pertencer à Ucrânia, parte da agenda russa sobre o país que já teve até crianças sequestradas pelo governo russo.
Segundo divulgou o site UOL, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou, nesta sexta-feira (14), uma declaração conjunta que traz como principal ponto a informação de que o Brasil reiterou aderir “firmemente ao princípio de uma só China”. Para o governo brasileiro, portanto, o governo da “República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China, enquanto Taiwan é uma parte inseparável do território chinês”.
Jornais brasileiros evitaram criticar a declaração, que representa a adesão a violação grave de soberanias, o que explica a postura de Lula em relação à Ucrânia e a Rússia. Lula disse que os países precisam parar de armar a Ucrânia, que está sendo atacada diariamente pela Rússia. Tentando passar a imagem de representar uma esfera conciliatória e imparcial, porém, Lula se definiu claramente para um dos lados.
Na comitiva de Lula, estavam líderes sindicalistas de esquerda, assim como o líder histórico do MST, João Pedro Stédile, que recentemente ameaçou aumentar as invasões de terras no país. A ameaça fez com que deputados ruralistas pedissem a prisão preventiva de líderes do movimento, mas nada foi feito.
A viagem de Lula à China deixou em segundo plano as negociações de paz que haviam sido mencionadas antes da viagem para focar em temas como a agenda ambientalista e o ambicioso investimento em infraestrutura previsto para ser feito no Brasil pela China, o que será pago com o endividamento de produtores do agro brasileiro.
Até mesmo a grande mídia, como o jornal Folha de S.Paulo, destacaram a mudança de rumo da política externa após as primeiras reuniões com os chineses. A proposta do “clube da paz” para mediar a guerra na Ucrânia parece nem ter sido tratado pelo Brasil, dando lugar a parcerias de interesse estratégico e político da China.
A Folha notou que os projetos de parceria ambientais representaram maior interesse nas reuniões. A agenda ambientalista representa uma das etapas para a implementação de internacionalizações dos recursos naturais de países, recuperando uma das mais longevas agendas internacionais, a da criação de um “bem público universal”.
Coalizão com países agressores
A Rússia é acusada de crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional, mas Lula acusou os EUA de promover a guerra. Em uma postura cada vez mais clara em defesa do expansionismo imperialista da China e da Rússia sobre seus antigos territórios, Lula se define a cada instante como um defensor das ditaduras totalitárias em uma agenda de cooperação terceriomundista que se ancora em interesses comerciais e parcerias de infraestrurura.
Veja análise do canal Hoje no Mundo Militar sobre as sugestões de Lula à guerra