A contradição entre o discurso de grupos como “antifascistas” (Antifa), ou Black Lives Matters, nos EUA, que estampam faixas defendendo a paz ou a democracia enquanto promovem a violência, não é uma exclusividade de nosso tempo. No passado, o mundo se deixou levar muitas vezes por discursos pacifistas e humanitários que no fim mostraram-se belicistas e destruidores. Adolf Hitler foi autor de muitos deles, tendo usado o discurso humanitário e pacifista a seu favor, enquanto acusava seus inimigos por serem motivados por ódio e fanatismo.
O mito do “nazismo de direita” ainda povoa o imaginário da grande mídia, especialmente em meios ligados à esquerda, onde se dissemina ataques e associações de adversários com o nazismo a fim de descredibilizar e até criminalizar o inimigo. Como tática política, é possível associar o nazismo a quase tudo, afinal, apesar de ter sido estatista, o regime também buscou unir o empresariado alemão em uma frente única pela pátria, mais ou menos como faz a China ou Nicolás Maduro, hoje, e a maioria dos países socialistas. O que pouca gente sabe, porém, é que entre os argumentos usados por Hitler para a invasão da Polônia estavam chavões que frequentemente lemos nos jornais vindos da boca de celebridades, professores e políticos mais ligados à esquerda do que à direita.
Em seu discurso, proferido em Danzig, em 1939, Adolf Hitler queixa-se do estado polonês, que considera um estado militarizado, não democrático e governado pela força. Ao mesmo tempo, ele defendia a minoria alemã que estaria sofrendo maus tratos pelo governo autoritário da Polônia.
“A Polônia nunca foi uma democracia”, disse Hitler. “Era um Estado construído pela força e governado pelos cassetetes da polícia e dos militares. O destino dos alemães neste estado foi horrível”.
O discurso pode ser lido na página do arquivo do site de transcrições de discursos históricos chamado Speech Vault USA.
Além disso, em um discurso para o Parlamento Alemão, em 1941, Hitler dizia que seus esforços de paz foram “destruídos” por grupos que associa ao ódio ou por interesses.
“Todos os meus esforços para chegar a um entendimento com a Grã-Bretanha foram destruídos pela determinação de um pequeno grupo que, quer se trate de motivos de ódio ou por uma questão de ganho material, rejeitou cada proposta alemã para um entendimento devido a sua vontade, que nunca escondeu, de recorrer à guerra, o que aconteceu”.
Além disso, Hitler se refere a Churchil como fanático, da mesma maneira que atribui o ódio a seus inimigos.
O Antifa nasceu na época do nazismo e teve como principal bandeira o anarquismo anti-fascista, anti-comunista e contra a monarquia (as três flechas). Mas seus métodos se assemelham muito aos métodos nazistas. Karl Mannheim, no livro Diagnóstico de Nosso Tempo, narra os métodos nazistas no objetivo de desestruturar a sociedade por meio da violência e a manutenção de uma atmosfera de caos que gere medo na população.
No livro ANTIFA – O Manual antifascista, de Mark Bray, as regras do combate político radical são bem claras ao recomendar a desobediência de todas as convenções ditas “liberais” da política, como a liberdade de expressão e a própria ideia de racionalidade na defesa de ideais. Vendo Mussolinis e Hitlers em praticamente tudo o que soe organizado e ou hierárquico, seduzem facilmente grupos de jovens. O ideário Antifa também é uma chave para entender o que se tornou o jornalismo nacional e internacional.
O livro de Bray expõe uma perigosa filiação dos movimentos Antifa ao incluir um dos inimigos como a “islamofobia”. É sabida a fascinação que a esquerda globalista tem com a causa palestina, historicamente dominada por movimentos islâmicos ligados ao terrorismo.
Os Antifas, portanto, são os radicais da manutenção do establishment cultural e politico. E não se envergonham disso: em determinado momento, o Manual admite que os meios de comunicação são sensíveis às suas causas, mas recomendam toda a prudência, já que eles, assim como a “esquerda moderada”, dificilmente vão “até onde é preciso ir”.