Dentre as polêmicas do maior congresso de obstetrícia e ginecologia do mundo, inclui-se agora palestra sobre autoadministração de abortos, o que é crime no Brasil, que recebe o evento.
Termina dia 19 de outubro, sexta-feira, o Congresso Mundial Figo Rio 2018, que ficou famoso pelo grande foco na pauta do aborto incluindo a realização de curso de tecnologias em abortos, ensinando técnicas de abortamento no primeiro e no segundo trimestre de gestação, além de outras dezenas de palestras claramente pró-aborto.
Evento ensina autoadministração de aborto, o que é crime no Brasil
As fotos acima, tiradas por um participante do congresso, são de duas telas de uma palestra sobre autoadministração de abortos, ou seja, abordagem em que a própria gestante realiza o aborto sem supervisão médica, fora de ambiente hospitalar – em casa. A prática é crime no Brasil e grande parte dos traficantes de medicamentos abortivos no Brasil fornecem exatamente esse medicamento e orientações.
Se por um lado o congresso poderia alegar que não infringiu lei ao realizar o curso Tecnologias em Aborto, que ensina médicos as técnicas de aborto no segundo trimestre, valendo-se das situações excepcionais da lei brasileira que permitem tal prática, a abordagem da autoadministração de abortos já não conta com essa defesa. Críticos alegam que o curso pode de fato estar ensinando a prática de atividade criminosa na legislação brasileira. Ou seja, o público interessado nessa palestra seriam predominantemente pessoas envolvidas no mercado ilegal de abortos, clínicas clandestinas e vendedores traficantes de medicamento ilegal, ou então, pessoas que desejam aprender a abortar de forma clandestina.
Curso mostra em vídeo restos mortais de um feto descartado após um aborto
Outro curso do evento continha o vídeo abaixo, que mostra restos de um feto recém sugado em um aborto.
O tratamento dos restos mortais de abortos é um tema complexo. Em hospitais, inclusive no Brasil, restos mortais de fetos abortados são descartados (tratados como lixo hospitalar), em outros países, por vezes os restos são comercializados com indústrias. Dentre os parceiros do evento está a National Abortion Federation, dos EUA, organização citada em escândalo de vendas de tecidos fetais em 2015.