Nas últimas semanas, algumas manifestações ligadas ao futebol chamaram a atenção dos católicos. Em primeiro lugar, em inícios de abril, a torcida do time alemão FC Kaiserslautern, conhecida como “Die Roten Teufel” (“os diabos vermelhos”), apresentou um mosaico na torcida representando Lúcifer e um pentagrama. Sob o mosaico, os torcedores ergueram faixas com a seguinte frase, em latim: – “Atrai-nos à luz, reina sobre o mundo, ergue-te do abismo. Ouve-nos, Lúcifer, e ergue-te do abismo, leva nossas almas”.
Apenas poucos dias depois, na Espanha, outra torcida resolveu imitar a façanha. Durante a partida entre Sevilla FC e Atlético de Madrid, a torcida organizada Biris Norte, do Sevilla, exibiu uma grande bandeira com a imagem de um demônio e a frase: “Vendemos nossas almas por te ver campeão.” Mais claro impossível.
Alguns criticaram tais declarações. Outros, no entanto, elogiaram. No Brasil, pelas redes sociais, houve quem elogiasse ou minimizasse o gesto do time alemão com declarações do tipo: “Cara, é só uma apresentação de torcida” e “Opa, agora eu tenho time na Alemanha”.
O grupo Universitários Católicos comparou o gesto com o de times como o Betis, que em outro jogo teria feito referência à Virgem Maria: “Uns acendem velas ao demônio, outros à Mãe de Deus.”
Em resposta, o grupo Biris Norte reagiu com ataques verbais à Igreja Católica, citando casos de pedofilia e ironizando o Papa Francisco, afirmando: “Nos escandalizaria mais pertencer a uma instituição cheia de pedófilos.” E enviaram uma imagem antiga de outra bandeira como “presente ao Papa”. O padre espanhol Francisco Javier Bronchalo também se manifestou, alertando sobre o uso de simbologias malignas no futebol: “Brincar com fogo leva a se queimar”, afirmou.
Futebol e satanismo
A ideia de afirmar um pacto satânico é utilizada como que para atemorizar o adversário. No Brasil, em novembro de 2024, o Athletico Paranaense lançou uma campanha intitulada “Pacto Rubro-Negro”, convocando sua torcida para apoiar o time em uma série de jogos decisivos. O vídeo promocional utilizava uma estética sombria, com referências a pactos e elementos que alguns interpretaram como alusões a símbolos satânicos. A campanha dividiu opiniões, com debates sobre os limites do marketing esportivo e o uso de simbologias controversas.