Os projetos de Elon Musk, de integração tecnológica com o cérebro, assim como as inovações financiadas pelo bilionário cabalista Peter Thiel, patrono do vice de Trump, convergem com as velhas ideias propostas por nomes que fizeram escola no progressismo moderno. Suas ideias, porém, não têm nada de novidade.
Onde o transumanismo, o tecnoliberalismo de Musk e Thiel, a Teologia da Libertação e o ecossocialismo de Boff e Betto convergem? (Meus amigos que fazem análises teológicas, psicológicas, geopolíticas e tecnológicas precisam colocar no radar)
Teilhard de Chardin tentou integrar a teologia cristã com a teoria evolucionista e a cosmologia moderna.
Ele concebia a evolução como um processo cósmico, universal, em que matéria e espírito evoluem rumo a uma convergência no “Ponto Ômega”, identificado como Cristo, um “Cristo Cósmico” – visão que sugere um contínuo entre matéria e espírito, algo que implica monismo ou panteísmo, contrariando a separação clássica entre Criador e criação.
A principal razão que fez com que Chardin fosse interditado pelo Vaticano foi a sua negação do Pecado Original, expresso na procura de conciliar evolucionismo com o cristianismo. A sua presunção conciliadora acabou, porém, resgatando a heresia panteísta.
Ao sugerir que Deus não está separado da criação, mas intrinsecamente ligado ao processo evolutivo, essa abordagem dilui a transcendência divina e leva a uma interpretação herética do cristianismo. O “Ponto Ômega”, central no pensamento de Teilhard, representa a meta final da evolução cósmica e da história humana. Essa ideia reduz Cristo a um conceito filosófico ou cósmico, desviando-se da visão cristológica tradicional da Igreja, que enfatiza a encarnação, morte e ressurreição como eventos históricos e salvíficos. Este foi o ponto central das inovações espiritualistas da New Age, cujos danos na cosmovisão ocidental foram irreparáveis ao ponto de nem mais serem facilmente identificáveis.
A obra de Teilhard é uma tentativa de substituir a escatologia tradicional (vida eterna, céu, inferno, juízo final) por uma visão futurista e evolucionista, na qual a plenitude é alcançada dentro da história, através do progresso científico, cultural e espiritual.
Enfraquecendo a perspectiva transcendente da salvação cristã, Teilhard mistura categorias científicas (como evolução) com categorias teológicas (como redenção e graça), extrapolando os limites da ciência para propor uma teologia especulativa que se afasta das bases dogmáticas da fé cristã. Ele foi acusado tanto de herege pela Igreja quanto de excessivamente místico por cientistas.
A partir dessa perspectiva poderemos perceber com maior clareza que o sonho tolo máximo dos transumanistas e “espiritualistas” é que, com a criação do “ciberespaço”, seremos capazes de entrar no “Pleroma”, o reino místico dos antigos gnósticos, “carregando” nossas mentes para a Internet. Assim, a Internet terá vindo a servir como uma totalidade do conhecimento humano, a consciência coletiva onisciente de Teilhard de Chardin, também conhecido como o “Cérebro Global”. Eis o provável roteiro de como pode se apresentar o Anticristo.