A história de São Bonifácio, o bispo evangelizador da então Germânia, mostra o quanto o imaginário contemporâneo está sendo tomado pelos inimigos de Deus. Diz o Salmo 95 que “todos os deuses dos pagãos são demônios”. Se isso é verdade, e todo católico é chamado a ter esta certeza, a cultura deste mundo com o qual muitos desejam reconciliar-se está repleta de cultos demoníacos, enquanto o santo que evangelizou a Alemanha talvez fosse pintado como vilão em um possível filme do Thor super-herói. Mas foi na vitória sobre o paganismo nórdico que São Bonifácio criou a árvore de Natal que enfeitam as casas até dos pagãos e protestantes.
Conta-se que este bispo estava obtendo grandes conversões na Germânia do século VIII, embora alguns cristãos convertidos do velho paganismo nórdicos se vissem um tanto hesitantes, retornando por vezes a costumes pagãos.
Voltando de uma viagem a Roma, o bispo descobriu que alguns recém-convertidos de um povoado da Baixa Saxônia estavam envolvidos num ritual que sacrificaria nove meninos ao deus Thor. Eles seriam amarrados num grande carvalho, adorado como representante da divindade. Chegando ao local, Bonifácio teve uma ideia que deixaria os católicos modernos escandalizados: cheio de “ecumenismo”, ele quis derrubar o carvalho imediatamente a machadadas. Exortado pelos sacerdotes pagãos de que, se o fizesse, atrairia a ira dos deuses contra ele, fazendo com que caíssem trovões sobre a população, Bonifácio não teve dúvidas: pegou o machado e começou.
Como nenhum trovão o impediu nem o puniu pela grande ato anti-ecumênico, os sacerdotes pagãos saíram do povoado com vergonha e desacreditados, fazendo com que muitos pagãos se convertessem.
Mas a queda do carvalho terminou por derrubar também outros pinheiros da mata, deixando apenas alguns poucos sobreviventes. Bonifácio decidiu que aqueles humildes, pequenos, mas fortes pinheiros que sobreviveram fossem considerados o símbolo do Deus verdadeiro, da força e da pequeneza do Menino Jesus.
Assim, começou a popularizar-se na Germânia o hábito de cultivar pinheiros e enfeita-los para esperar a vinda do Messias, uma tradição que foi transmitida a países vizinhos como a Áustria, França e a própria Roma.