Nos últimos quatro séculos, diversos foram os movimentos revolucionários que modificaram o mundo drasticamente para pior. Esta condição, que pode remontar à própria decadência iniciada pela expulsão do Paraíso de nossos primeiros pais, impõe uma divisão clara na humanidade, mas que também é fruto de uma ação diabólica cada vez mais poderosa. Evidentemente, ela é permitida mesmo tendo Deus já vencido os infernos na Eternidade, numa batalha que teve seu cenário transferido para o tempo e o espaço, onde vivemos. Basta escolhermos o lado vencedor e sermos fiéis a ele, pois a guerra já está definida. Mas como o demônio obteve tamanho poder e como combatê-lo com alguma efetividade?
Segundo Santo Tomás de Aquino, a doutrina católica deixa claro que o demônio só obtém poder após uma decisão humana, isto é, a permissão que o faz consentir com a tentação proposta pelo adversário. Isso quer dizer que, em tese, o demônio não lograria êxito em quase nada se o homem gozasse da sua perfeita razão e com o auxílio das graças oferecidas por Deus por meio da Sua Igreja. Acontece que o homem foi deixando isso de lado e tomando como preferíveis outras opções. Quais são elas?
Seria ingênuo achar que tão somente as quedas nos pecados, frutos da nossa tendência no Pecado Original, daria tanto poder ao adversário para alcançar tal nível de destruição. Precisaria de algo ainda mais poderoso. A resposta está nas inúmeras, incontáveis iniciações, rituais que começaram com os primeiros gnósticos e cultos anticristãos, ocultistas na Antiguidade, até o seu produto final, a iniciação maçônica, sem deixar de fora os diversos centros de iniciação esotérica de linha perenialista do tradicionalismo que crê na necessidade de conexão com uma “tradição primordial”. A crença nesta ideia herética, por si só, representa já uma divisão interna e um ato de rebeldia que impõe a necessidade de uma apostasia. Praticar o catolicismo acreditando que outras religiões, por serem tradicionais, oferecem o mesmo nível de graças e santificação, é praticar uma religião dentro de outra e dividir-se contra Deus. Se a própria crença nisto já implica num rompimento espiritual, imaginemos o consentir numa cerimônia de iniciação esotérica.
Estas decisões humanas abrem portas para a posse integral das almas pelo demônio, o que acarreta em um poder ainda maior sobre o mundo material e sobre a sociedade, o que explica o êxito das revoluções nos últimos séculos.
Qual o remédio para isso?
Para a proteção do mundo contra as investidas do demônio, fruto da inimizade imposta por Deus em Gêneses 3,15 (“Porei inimizade entre ti e a Mulher”), quis o Criador encarnar-se e abrir, ele próprio enquanto homem-Deus, as portas dos céus para os homens, deixando a eles os instrumentos para isso: as graças dos sacramentos da Santa Igreja. Ao longo da história, as próprias crises do clero e da Igreja abriram portas que trouxeram perigosas heresias, sempre sendo combatidas pelo auxílio divino aos santos que a Providência colocou na Igreja São Francisco e São Domingos, contra os cátaros, Santo Inácio, contra os protestantes etc.
Mas nos últimos séculos, justamente quando crescia a Revolução em ação diabólica por meio das sucessivas investidas, Deus começou a enviar a Sua Própria Mãe como recurso da Providência, ainda que também enviasse grandes santos. Surge então uma das resposta que pode ser a melhor reparação contra as iniciações satânicas que permitem a ação preternatural sobre os homens: São Luiz Maria Grignion de Monfort propõe a Consagração a Jesus Cristo pelas mãos imaculadas da Santíssima Virgem. Esta pode ser, aos olhos de Deus, a mais perfeita arma para a reparação das heresias, pecados e infidelidades, explícitos no aumento do poder diabólico no mundo.
Contra os pactos satânicos, nada melhor que consagrar-se àquela que mais amou Jesus no mundo e mais O ama nos céus, aquela que, segundo o Cântico dos Cânticos, é “terrível como exército em ordem de batalha”. Os seus consagrados são seu exército, sua milícia, seus escravos e súditos dos quais é exigida a maior fidelidade reparadora e para os quais são dadas graças especiais justamente para este combate.
A partir deste ato de entrega e servidão à Mãe de Deus poderá, em breve, ser possível um ativismo católico de combate muito mais efetivo, seja espiritual, social ou cultural, contra as investidas das potências angélicas.
Aliste-se no Regina Milites e seja um soldado de Maria Santíssima!
Virgem Maria Rainha
A tradição católica celebra o “Dia de Nossa Senhora Rainha” hoje, 22 de agosto, uma ocasião de profundo significado para a Igreja. A data foi estabelecida para o dia 31 de maio, mês de Maria no ano 1954 pelo Papa Pio XII. Hoje, porém, a celebração acontece oito dias depois da festa da Assunção de Nossa Senhora.
Maria, a Mãe de Deus, é honrada sob o título de Rainha em reconhecimento ao seu papel especial como intercessora e principal dispensadora de graças. Na liturgia, o Evangelho recorda o momento em que, paradoxalmente, a Mãe do Senhor se considerou serva do Senhor, colocando-se na condição de escrava. Eis uma oportunidade para nos colocarmos como escravos desta Rainha, não para sermos, como ela, honrados, mas para horarmos esta que Deus escolheu como Imaculada Mãe Sua, nossa Rainha.
Este é o momento para uma sugestão aos seguidores do Regina Milites: a Consagração da Nossa Senhora pelo método de São Luiz Maria Grignion de Monfort torna-nos escravos de Jesus pelas mãos santíssimas de Maria, sua mãe. Esta é uma verdadeira oportunidade de colocar-se a serviço deste exército em ordem de batalha contra as investidas do demônio. Na história da devoção mariana, os devotos da Mãe de Deus simbolizam o seu puríssimo calcanhar que esmagará a cabeça da antiga Serpente.
A consagração oferece uma grande graça de reparar os inúmeros atos de infidelidade humana ao longo dos últimos séculos, incluindo pactos e iniciações maçônicas, que promovem a posse do demônio sobre almas e dando aos infernos poderes imensos sobre o mundo inteiro, razão pela qual assim nos encontramos.