Todos os brasileiros estão chocados com as imagens que nos vêm do estado do Rio Grande do Sul, dando conta da destruição humana e material em tragédia contra a qual pouco ou nada se pode fazer. A imagem da impotência humana frente à natureza é evidente e nos traz lições importantes. Não pode haver nada mais urgente, nestas situações, do que extrair do sofrimento uma esperança. É precisamente esta a essência do cristianismo, que conhece a razão de toda a dor humana expressa na pessoa de Jesus Cristo, o caminho escolhido por Deus para redimir o gênero humano do pecado.
Por razões que ficarão claras no decorrer deste artigo, o estado do Rio Grande do Sul e o seu povo representam um microcosmo do que se tornou a modernidade. Por este motivo, compreendê-lo melhor nos poderia antecipar importantes alertas para o mundo.
Fica claro pelo que vemos nos noticiários e em tudo o que nos chega via redes sociais, que o estado gaúcho necessita imensamente de orações e penitências de todos os católicos. Essa verdade evidente, porém, não pode ser dita sem acrescentar que não existe caridade sem verdade, pois não há bondade, verdade ou beleza, fora de Deus, exceto como ilusão ou engano.
No entanto, os debates públicos tentam de todas as formas desviar o foco do que é fundamental, procurando culpados técnicos por omissões estruturais, apontando para causalidades eco-espiritualistas, geoengenharia de elites transumanistas e toda sorte de explicações causais que põem igualmente o homem no centro de tudo. A única coisa que parece não ser permitida é falar em ação de Deus, o que deveria ser óbvio a começar pela própria natureza de nossa condição nesta terra.
Deus castiga?
A teologia moderna consagrou doutrinas perversas na alma humana. Uma delas é a de que Deus não castiga o homem. Disso resultaria a inexistência de inferno ou que ele estaria vazio. Não estaríamos falando do mesmo Deus do Antigo Testamento, que castigou o povo de Israel diversas vezes quando O ignoraram. Mas é importante compreender que o castigo de Deus é sempre uma reparação, uma oportunidade de retorno a Ele. Esta é a boa notícia e se expressa pelo próprio sacrifício de Cristo na cruz, que não por acaso ocorreu para redimir a humanidade. Mas é evidente que o demônio, autor do pecado, atua em concordância com a Justiça de Deus, pois que este anjo caído deseja enganar o homem para fazer com que este se oponha a ela e seja, por isso, punido.
Afinal, não deve ser novidade a nenhum cristão que, desde que Adão e Eva foram expulsos do Paraíso por causa do seu pecado, a existência do mal e das dificuldades deste mundo caracterizam a punição de Deus pelo orgulho humano expresso no Pecado Original, condição que carregamos e herdamos de nossos pais. Há em nós uma tendência a autosuficiencia, que pode ser expressa nas conjecturas de cálculos humanos sobre fenômenos naturais, assim como em recorrer a entidades espirituais alheias ao Deus único. Também nos é próprio desde então uma tendência à desobediência das Suas leis. Nada disso foi inventado para magoar ou torturar o nosso senso de liberdade, mas para corrigi-lo e nos levar à humildade perdida.
As graças que recebemos de Deus, que são muitas, nos devem ser motivo de grande gratidão e louvor a Deus, não de orgulho ou vaidade de suposto resultado de nossas ações ou condições materiais, espirituais. Isso quer dizer também que os sofrimentos representam excelentes oportunidades para a emenda e contrição por nossos pecados. Se já somos devedores deste Deus por nos ter redimido com o sacrifício de Seu próprio Filho, imaginem o débito de quem O ofende com crenças diversas e orgulhos desmedidos.
Mas diante dessa realidade autoevidente para qualquer cristão, no campo da opinião pública tudo parece ser permitido para explicar a dor humana e encontrar culpados, exceto recordar a necessidade urgente de conversão, oração e penitência. Ora, assim como a realidade do Pecado Original não é novidade para qualquer cristão, para católicos há um importante aviso sendo repetido: os alertas de Nossa Senhora, em Fátima.
Se aqueles alertas foram necessários para que se evitasse a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, não parece haver dificuldade aos católicos admitir que foi a nossa indiferença que fez com que Deus castigasse a humanidade com aqueles horrores, não causando-os, mas permitindo-os por causa dos nossos pecados.
Agora, no entanto, parece que os ouvidos fecham-se diante da mesma realidade, vista como inconveniente e inoportuna. É compreensível, mas dificilmente desculpável.
Narrativas humanas
Na discussão pública sobre as enchentes do RS, abundam a desconversa e o oportunismo das narrativas. De um lado, esquerdistas que acusavam Bolsonaro de “genocida” por fazer uma piada durante período de sofrimento humano, agora minimizam o mesmo comportamento de Lula, quando este faz pouco caso da tragédia por acreditar no estereótipo do “sul rico”.
Aqueles que conseguem transcender a essas mediocridades, porém, não estão muito melhores: são os que apontam para a devastação da natureza como um “pecado” humano que brada à mãe natureza por vingança, ou ainda, entre conservadores, as atividades de geoengenharia de globalistas (HAARP) para avançar a sua Agenda 2030. As duas desculpas possuem algo de verdadeiro: os pecados humanos bradam aos céus por vingança, mas não são exatamente os contra a natureza biológica, mas a natureza divina. Da mesma forma, as geoengenharias podem existir, ainda seja difícil confirmar a sua ação neste caso. Os promotores das agendas globais utilizarão a tragédia para suas ideias. Nada disso, porém, afasta ou anula a hipótese muito mais credível de que esta tragédia, assim como outras recentes e que ainda estão por vir, representam o castigo anunciado por Deus, em Fátima, para a reparação de toda uma civilização que se dedicou à ofensa a Deus.
Para muitas pessoas, uma ação divina no mundo só se daria depois de excluídas e eliminadas todas as outras explicações de causalidade, científicas, tecnológicas, culturais ou econômicas. Trata-se da confusão entre a explicação de um fenômeno e a sua causa, um desnível cognitivo tipicamente moderno.
O caso do Rio Grande do Sul
A verdade é que sobram motivos para rezarmos pelos gaúchos, muito mais do que se imagina. Mas, mais do que isso, é preciso se antecipar para o avanço daquele castigo sobre o mundo inteiro. Ao mostrar o Inferno aos pastorinhos de Fátima, Nossa Senhora pediu que se fizessem penitências e sacrifícios pela conversão dos pecadores, por quem poucos se dispõem a se sacrificar. Se há uma culpa por certas tragédias, essa culpa está em todos os que ouviram estes alertas e nada fizeram. Não se trata, portanto, do Rio Grande do Sul especificamente, mas de todo o gênero humano neste início de século XXI.
No entanto, o caso do Rio Grande do Sul é emblemático e expõe um microcosmo do que se tornou o mundo moderno, sendo especialmente útil para compreendermos o estado humano de miséria espiritual que prenuncia grandes catástrofes. Como gaúcho, senti-me sempre na obrigação de alertar para o que estive vendo ao longo dos últimos anos naquela terra, assim como ouço de todos os lados a confirmação por parte de conterrâneos sobre os males de que padece aquele estado.
“Há muito tempo o Rio Grande do Sul abraçou a bruxaria e o satanismo”, diz a voz profética e corajosa do padre Paulo, em um vídeo gravado durante uma missa, que circula nas redes sociais. O padre, que também é natural do estado, disse ficar impressionado a cada vez que viaja para visitar familiares. Suas palavras são idênticas às de centenas de gaúchos que saíram de sua terra em busca de uma vida melhor em outros estados, fugindo muitas vezes de males que, no fundo, podem ter sido causados pela ação de maus espíritos naquela terra antes chamada de Província de São Pedro do Rio Grande.
Uma análise antropológica
De fato, de acordo com dados do IBGE, já em 2010, o número de terreiros de religiões de matriz africana no Rio Grande do Sul é o maior do país, seguido do Rio de Janeiro em segundo lugar. Este fato, que impressiona muita gente, aparece ao lado da ideia estereotipada que se tem do sul do país como um local “europeu” e, portanto, associado à prosperidade e ao conservadorismo. O que pode ser verdade em certa medida sobre estados como Santa Catarina, no entanto, é absurdo quando dito do estado atualmente devastado pelas enchentes. Enquanto em estados como a Bahia impera o sincretismo religioso, estado gaúcho vence a apostasia formal.
Segundo os dados de entidades dessas mesmas religiões, no Rio Grande há maior número de praticantes que simplesmente abandonam a fé católica, rejeitando até mesmo o sincretismo existente no restante do país. Se o número de praticantes pode ser maior em outros estados devido à declaração de “católicos” para muitos, no mínimo devemos compreender que o RS é o estado com maior adesão a essas crenças em detrimento formal do catolicismo. O gaúcho é, antes de tudo, um anticlerical. Isso está impresso na sua história, o que é explicado de outras maneiras pelos próprios estudiosos acadêmicos que se debruçaram sobre o tema.
A quantidade de terreiros no RS é imensa, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre, historicamente um local de culto por escravos e, posteriormente, ocupado por praticantes que “consagram” a região às entidades. Isso indica um vínculo espiritual da própria terra, do próprio território, a entidades demoníacas. Se fosse feito por uma civilização pré-cristã, isto é, sem o conhecimento da fé, seria o caso de uma “ignorância invencível” característica do paganismo. Mas tudo isso é feito por católicos batizados ou, no mínimo, que já foram apresentados à Verdade, o que agrava a condição espiritual aproximando-a de analogias com heresia ou até de satanismo.
Essa situação já vem de longa data. Já em 2000 o RS já liderava o país em número de autodeclarantes da bruxaria de matriz africana. Mas quais são as causas para isso?
Protestantismo precoce
Segundo os próprios estudiosos da matéria, essa situação pode ser explicada, inicialmente, à pioneira presença de luteranos no estado, criando um contexto de diversidade cultural que demandou certo indiferentismo religioso. As primeiras comunidades luteranas chegaram ao RS em 1821, período colonial pré-imperial, quando o estado era unido à Igreja Católica e a imensa maioria dos brasileiros professava a fé católica. Essa diferença em relação ao Brasil favoreceu uma atmosfera de tolerância religiosa bastante precoce no Rio Grande do Sul. No Brasil, a explosão de comunidades evangélicas só veio a acontecer depois do Concílio Vaticano II, quando o próprio catolicismo começou a se enfraquecer como religião de massa.
Isso ajuda a compreender a razão pela qual a diversidade cultural é sempre fomentada por quem anseia por esvaziar a fé católica em uma sociedade, assim como favorecer o crescimento de outras religiões.
Em 1824 já haviam luteranos instalados no estado, sendo a cidade de Novo Hamburgo a primeira grande cidade surgida de uma colônia de alemães luteranos. Isso foi diferente, por exemplo, em Santa Catarina, para onde foram alemães católicos e austríacos de maneira geral. Ao mesmo tempo, as vertentes evangélicas atuais, que se caracterizam pela oposição e até combate às religiões pagãs, só vieram muito depois, quando o problema já havia crescido e se confundido com a cultura gaúcha.
Embora não seja totalmente pacífica, esta relação baseada numa certa valorização da diversidade foi, no Rio Grande do Sul, anterior às outras partes do país. Isso se deve, principalmente, ao luteranismo (vertente cristã evangélica), admitido na região em 1824, cuja doutrina deu espaço para que indivíduos de outras religiões também se manifestassem livremente
O Rio Grande do Sul é um estado tradicionalmente igualitário e, portanto, revolucionário.
Personalidade gaúcha
A segunda razão apontada por antropólogos é a vocação individualista e afirmativa do gaúcho, que favoreceu historicamente a afirmação de identidades, tanto tradicionais quanto alternativas. Para Oro (2012),
há uma tradição dos indivíduos afirmarem socialmente as suas opções, entendendo que elas geram identidades tanto políticas, quanto religiosas ou ideológicas. Isto gera tensões na sociedade, mas também faz com que os indivíduos expressem sua identidade
Essa condição também ajuda a explicar o fato de que o RS se mostrou historicamente em posição de vanguarda em questões de gênero. No meio do direito, foi no Rio Grande do Sul que apareceram as primeiras legislações diversitárias do país, como casamento misto (poliamor), moteis LGBT etc. Não por acaso, o estado é o primeiro a ter um governador assumidamente homossexual, prática que segundo o Catecismo da Igreja Católica, está entre os pecados que bradam aos céus por vingança.
Se, ao mesmo tempo, o estado possui um estigma ligado ao machismo, isso se dá muito mais como uma afirmação de identidade pessoal e individual, portanto tolerante, do que uma homogeneização cultural imposta por alguma visão hegemônica. O gaúcho é, antes de tudo, portanto, um relativista convicto.
Questão racial
A terceira razão que explica a superioridade numérica das religiões xamânicas no estado é a difusão dessa prática fora da raça negra, matriz étnica característica, isto é, entre os brancos. Isso favorece a popularização e maior tolerância. Isso fez com que historicamente as comunidades afro-religiosas fossem menos estigmatizadas, já que não estavam caracterizadas ou rotuladas a uma raça ou cor da pele.
Importante ressaltar que as crenças pseudo-africanas, no Brasil, são mesclas criadas e sistematizadas por um arranjo entre católicos e espíritas, sendo um produto da cultura branca apenas embalado em elementos estéticos das religiões africanas. Brancos, muitos descendentes de alemães e portanto ex-luteranos, muitas vezes são praticantes mais ávidos dessas crenças.
Anticlericalismo e maçonaria
O outro fator, que pouco se menciona, é a histórica ligação das tradições gaúchas com a maçonaria, especialmente a carbonária (a mais anticatólica e revolucionária), o que impulsiona aquele individualismo afirmativo para uma postura de igualitarismo militante, a desobediência às normas morais quando supostamente impostas institucionalmente.
Portanto, sobram razões históricas e culturais para explicar por que o Rio Grande do Sul ficou famoso nos últimos anos por abrigar templos abertamente satanistas, como o caso do ainda inexplicado ritual que vitimou crianças que apareceram decapitadas em Gravataí e da estátua de Belzebu erguida em Alvorada, ambas cidades da zona metropolitana de Porto Alegre, onde é possível ver diversos templos semelhantes.
No entanto, parece que este alerta é proibido entre católicos, que carecem de coragem para enfrentar o mal de frente.
Por que o alerta incomoda?
No entanto, ao dizer isso, atrai-se a imediata repreensão de algumas pessoas, dizendo não ser o momento de apontar para suposta “culpa” dos gaúchos pela tragédia, tampouco de insinuar que as enchentes seriam um castigo de Deus, considerando que todo castigo divino tem por definição a Sua Justiça e não uma ira subjetiva como a humana. As religiões de matriz-satânica, como costumo dizer, estão no Rio Grande do Sul em número e intensidade maior que em qualquer outro estado da federação. No entanto, parece ser preciso esperar tudo estar bem para alertar sobre a tibieza que leva ao mal.
Quem me acompanha sabe o quanto já falei do assunto nas minhas redes sociais, sempre tendo que me alongar em comprovações estatísticas diante da descrença de alguns, tamanha é a novidade da realidade na qual vivem os gaúchos há décadas.
Caberia, no entanto, perguntar:
Seria ofensivo aos que sofrem recordá-los do se algo que leva a um sofrimento ainda maior e eterno? Seria cruel lembrar dos que ofendem a Deus que a sua miséria material não guarda nenhuma comparação com a gravidade da ofensa dirigida ao próprio Deus? Seria falta de caridade apontar para o alto enquanto nada se diz do oportunismo político que busca no homem uma onipotência culposa? Afinal, há quem acredite que a culpa pelas enchentes está nos que não separam o lixo, nos que comem carne, nos que liberam gás carbônico. E há os que culpam os globalistas por engenhosas antenas de HAARP que manipulariam o clima para avançar suas agendas de controle e cobiça por recursos. Pode-se alertar para a fúria da Mãe Natureza, ou de uma versão mecanicista deste discurso panteísta e pagão, mas nos parece que jamais Deus poderia castigar a humanidade pela generalizada ofensa praticada todos os dias.
Apontar o “pecado” da devastação ambiental é incrivelmente popular, insinuando relações entre desastres naturais e meros costumes individuais. Mas condutas verdadeiramente imorais, práticas convictas e disseminadas de pecados que bradam aos céus por vingança, isso não. Isso não é discurso cristão, pois falta “caridade”.
Não é a hora de recordar os alertas divinos? Qual seria o momento? Quando essas ofensas à Lei de Deus estiverem disfarçadas por divertimentos e despreocupações? Quando elas estivessem longe de parecer trazer qualquer sofrimento? O sofrimento dos gaúchos é certamente grande e demandam toda a nossa compaixão. Mas o sofrimento eterno sobre o qual poucos falam nos deve parecer muito pior.
De fato, não é exatamente Deus que castiga o homem, mas ele próprio que opta pelo pecado. Os dois grandes pecados que na modernidade venceram todas as licitações para a administração do coração humano são o orgulho e a sensualidade, marcas do grande empreendimento diabólico da Revolução. Não por acaso, o Rio Grande do Sul também evoca frequentemente uma casta revolucionária dos rebeldes farroupilhas, fruto do carbonarismo anticatólico e do jacobinismo latino-americano que, mais tarde, fermentou o castilhismo e o positivismo dos nossos militares, aqueles fardados que hoje os brasileiros já compreendem a traição, essência mesma daquela corporação. O Rio Grande sempre foi destino de grandes investimentos militares por ser uma fronteira.
Atualmente, a tardia decepção popular com o Exército Brasileiro parece não saber que, já na rebelião de 1889, aquela tropa uma vez liderada por Caxias converteu-se em autêntica horda de Satanás, tendo no século seguinte agido sempre na mais perfeita sintonia com o Príncipe das Trevas. A sua oposição ao comunismo foi apenas um episódico acerto explicado mais pela herança positivista e orgulhosa do que por uma valorização de alguma tradição nacional.
A história do RS está marcada por ideologias como o jacobinismo, fruto da maçonaria carbonária de nomes populares como Guiseppe Garibaldi, seguidor de Giuseppe Mazzini, responsáveis pela unificação da Itália numa revolta que teve como “combatente” aliada ninguém menos que a bruxa guru da modernidade, Helena Blavastsky. Depois disso, a força militar do positivismo ganhou o estado através de nomes como Júlio de Castilho, criador do chamado castilhismo, especialmente influente na formação de nomes como Getúlio Vargas e ideário base da maioria dos presidentes brasileiros do período militar (não por acaso, de maioria gaúcha).
Compreender a história das ideias políticas e culturais do nosso país é fundamental para se buscar em nós os automatismos, erros e diagnósticos que se acumulam em imagens da realidade, nem sempre verdadeiras, mas especialmente atuantes no nosso imaginário político.