Hermes Rodrigues Nery*
A
agenda do poder global, gestada nos detalhes, nas grandes conferências internacionais da ONU, nos anos 1990 (inicialmente como Agenda 21), é atualmente a Agenda 2030, com os seus 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O primeiro objetivo fala em erradicar a pobreza no mundo todo. Isso é o que eles dizem. É eufemismo. Na prática, é uma agenda que já está enriquecendo cada vez mais os seus planejadores, promotores e gestores, e com o objetivo de empobrecer todos os demais, que ficarão sob o controle dos que estão impondo-a no mundo inteiro, para todos os países-membros da ONU.
O que se vê, por toda a parte , é a propaganda dos 17 objetivos, em sites governamentais, de empresas, de entidades, Ongs, na mídia e tudo mais. É o que diz, por exemplo, no site da ONU: “Os ODS são um compromisso assumido para acabar com o que começamos e acabarmos com a pobreza em todas as formas e dimensões até 2030. Isto envolve visar os mais vulneráveis, aumentar os recursos e serviços básicos e apoiar as comunidades afetadas por conflitos e catástrofes relacionadas com o clima”’.
O fato é que desde o seu surgimento, em 1945, depois da Segunda Guerra Mundial, a ONU (e também o FMI, o Banco Mundial e tantos outros organismos internacionais) falam em promoção da paz e do desenvolvimento das nações, mas na verdade, agem contra a paz (fomentando situações que levam à guerra, à fome, aos conflitos, etc.) e contra o verdadeiro desenvolvimento das nações. Uma coisa é o que eles escrevem em seus documentos e falam em seus discursos; a outra coisa é o que fazem, na prática. Pelos frutos conhecereis a árvore.
A narrativa climática e o ecologismo que eles defendem estão impregnados de anticiência, porque o cientificismo é mais uma das ideologias que aí estão, como pseudociência, como embuste, fomentado por Universidades com produção acadêmica questionável, e pela mídia.
A Agenda Verde é o pretexto para a imposição da agenda 2030, com muitos erros de premissa: por exemplo, que a população precisa diminuir porque os recursos são finitos. Isso não tem fundamentação científica nenhuma, isso é malthusianismo; eles vêm trabalhando nisso ao longo de todo o séc. 20, com esse viés malthusiano: a Liga Norte-americana para o Controle da Natalidade, da Margaret Sanger (Birth Control), é de 1921, portanto, com mais de 100 anos. Ela já defendia nas publicações do Birth Control, as esterilizações eugenésicas. Em 1952, a Fundação Rockefeller fundou o Conselho de População.
Em 1972, o Clube de Roma publicou o documento “Os Limites do Crescimento”. Em 24 de abril de 1974, Henry Kissinger assinou o seu famoso “Relatório Kissinger”, o “Memorando de Estudo para a Segurança Nacional nº 200 – Implicações do crescimento da população mundial para a segurança dos Estados Unidos da América e seus interesses ultramarinos (NSSM 200)”.
Nestes documentos, se expõem as teorias do globalismo ou da Nova Ordem Mundial. Outro livro: “A Era Tecnotrônica”, de Zbigniew Brzezinski (de 1970), é fundamental para entender as obsessões de Klaus Schwab. Brzezinski foi funcionário do presidente Jimmy Carter e conselheiro principal dos principais mandatários norte-americanos.
Conforme o pensamento deles, as pessoas endinheiradas teriam a mais ampla liberdade – a qual consideram o valor supremo – porque não estão limitadas pelos Estados, nem pelos organismos internacionais, nem em definitivo por ninguém. Ao contrário, os pobres têm a sua liberdade com muitos condicionamentos. Por isso, os plutocratas tecnocratas entendem que deveriam favorecer a transmissão da vida entre os mais dotados (os mais ricos) e procurar evitá-la entre os menos dotados (os mais pobres). Vem daí então a tal erradicação da pobreza, de obsessão eugênica, que a biotecnologia e a nanotecnologia passariam a favorecer.
O fundamento pseucientífico destas ideias racistas é uma mescla das falazes doutrinas malthusianas e darwinistas: o gênero humano estaria em uma luta que produz uma seleção natural, e os mais dotados são os ricos: por isso eles devem obter uma melhor seleção e reproduzir-se. Em contraposição, os pobres – com menos liberdade e, portanto, menos dotados – não deveriam reproduzir-se. Eles erradicariam a pobreza, interferindo nisso, na redução da família, na atomização da sociedade, na automatização, na dissociação do sexo com a procriação, na dissociação do sexo com os vínculos afetivos, para assim, deixar que somente os mais aptos, possam usufruir do progresso social.
A agenda do poder global é a ferramenta para moldar o comportamento das pessoas aceitarem o controle daqueles que trabalham para a sociedade distópica e tecnocrática que eles querem impor, para todos, de modo totalitário, em nível global.
Como afirma Makia Freeman, “Os tecnocratas querem estabelecer um sistema onde a unidade energética da sociedade esteja sob seu controle”. A Agenda 2030 é para isso. Todas as pessoas, naturalmente dependentes de energia, também estariam sob o controle dos plutocratas tecnocratas. Os organismos internacionais (com a ONU à frente), vêm trabalhando, há décadas, para solapar as soberanias das nações, e impor às pessoas a agenda do poder global, estabelecendo o que cada um deve comer, beber, vestir, comprar, como se mover, e tudo mais, porque se trata também do controle da mobilidade, impondo cotas de consumo, etc.
“De certa forma, temos esse sistema agora, onde dinheiro é energia e essa forma de energia está sob o controle de bancos centrais privados. Mas os créditos de carbono levam a ideia muito mais longe. Imagine um mundo onde tudo o que as pessoas faziam – comer, beber, viajar, usar eletrodomésticos, usar eletricidade de qualquer forma, até respirar – estava tudo ligado às suas permissões pessoais de carbono. E imagine se todos os créditos de carbono fossem controlados e distribuídos por tecnocratas. Qualquer dissidente poderia ser facilmente eliminado do sistema com o apertar de um botão, com consequências devastadoras na vida real”.
Na verdade, a erradicação dos pobres, será a erradicação dos inadaptados, dos recalcitrantes, dos resistentes, dos que decidirem pela vida biológica natural, pelos que decidirem ter família monogâmica, como heterossexuais, abertos à vida, e tudo mais. Esses terão restrições mais severas, com estigmatizações e cancelamentos, pois a moral dos tecnocratas é utilitária, e do modo mais pragmático, utilizando um discurso retórico e eufemístico, para justificar medidas que buscam erradicar os pobres, de diversas formas, banindo-os da vida social, deixando-os à margem do sistema e tornando a vida deles mais difícil. É disso que se trata.
A narrativa climática serve então como justificativa falaciosa para a imposição da Agenda 2030, e justificar por exemplo, as permissões pessoais de carbono, e para isso tudo será conduzido, principalmente pela mídia, para uma modificação comportamental, como vimos no grande teste inicial da execução da agenda, com o que aconteceu durante a pandemia de 2020-2021.
E para alcançar tais objetivos, os tecnocratas planejam e colocam em execução toda uma operação psicológica para forçar às pessoas a acatarem a Agenda 2030. Eles vão querer que cada um faça um orçamento de carbono (em nível pessoal, empresarial, governamental, institucional), etc. Em suma, o que é preciso entender é que esta estratégia visa enriquecer os planejadores, promotores e gestores da Agenda, e empobrecer todos os demais, que ficarão sob o controle dos que impuseram as premissas, os critérios e os condicionamentos das medidas que fazem parte de cada meta dos objetivos de desenvolvimento sustentável, apresentados como panaceia, mas que ocultam, os interesses dos que querem o lucro e o controle dos menos aptos. Com a lógica utilitária da Agenda, só terá vez os mais endinheirados. Então, as conhecidas estratégias de eliminação dos mais fracos estarão sendo utilizadas, amparadas legalmente, para o controle populacional, como já disse: esterilização, contracepção, aborto, eugenia, eutanásia e tudo mais.
Em um século – durante todo o século 20, eles poderiam ter feito da África um grande continente, mas até hoje a África é um dos que mais sofrem as restrições impostas por esses filantropos (aves de rapina que são), e vire e mexe fazem propaganda em cima das tragédias sociais que eles mesmo fomentam, lucram com isso, e são os primeiros a não querer o verdadeiro desenvolvimento dos povos da África e de tantos outros países chamados “em desenvolvimento”.
A política antivida e antifamília já adotada desde o final da Segunda Guerra Mundial, financiada pelas grandes fundações internacionais (como a Rockfeller e a Ford) trouxe, na verdade, o crash demográfico que hoje vive a Europa, o Japão e outros, com populações envelhecidas, sem que haja a reposição populacional. Em países como Alemanha e Rússia, por exemplo, o número de falecimentos supera o de nascimentos. Na verdade a Nova Ordem que eles querem instituir com os objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) é uma Desordem, uma Desordem total, cujos efeitos de desagregação moral e social, já estamos vendo hoje, por toda a parte.
O fato é que as políticas dos ODS, de modo algum, pretendem ajudar a população mais à margem das oportunidades de prosperidade que eles tanto propagam, pelo contrário, o que vemos, é que tais políticas, ampliam o fosso entre ricos e pobres, e os mais abastados veem os mais pobres como ameaça, por isso, toda a agenda do controle populacional (com esterilização, contracepção e aborto), tem como alvo os mais pobres. E também a precarização da saúde, educação, moradia e tudo mais. Não são políticas que procuram favorecer o empreendedorismo e uma educação realmente com qualidade, com uma saúde realmente qualitativa para todos. Pelo contrário, a educação e a saúde com os melhores recursos tecnológicos, ficam disponíveis apenas aos que têm mais dinheiro. E essas políticas tornam o funil social mais estreito. Na propaganda deles, eles falam o tempo todo em democracia, mas economicamente, prevalece um funil social, que se volta principalmente contra a classe média.
A agenda 2030 (primeiro Agenda 21, a agenda verde, que é a agenda do poder global) passou a ser a obsessão da ONU, mas por trás da ONU estão as grandes fundações bilionárias, empresas em gestão de ativos e organismo internacionais, (Rockfeller, Ford, McArthur, Bill e Melinda Gates, Goldman Sachs, Blackrock, Vanguard, Forum Econômico Mundial e outros mais). A propaganda que eles fazem é a de que os objetivos e metas da agenda visam o desenvolvimento das nações, mas na prática, trata-se do controle do desenvolvimento das nações e das pessoas, para controlar e impedir o desenvolvimento que dizem promover.
Controle este para os fins de dominação mundial , com a aceleração da 4ª revolução industrial, para chegarem à Sociedade 5.0. Controle oculto, porque os que se beneficiam com a Agenda e movem ideias e ações para a sua implementação, em nível global, estão por trás dos organismos internacionais manipulados por eles. E assim instrumentalizam governos, empresas e instituições do mundo todo, para a execução dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável, que são, na verdade, controles estratégicos para a subjugação das nações e das pessoas. Os objetivos e metas apresentados, portanto, são eufemismos e funcionam como mantras e palavras-de-ordem (combater a pobreza, combater a fome), quando o que se vê, na prática, é o combate aos pobres e não à pobreza, e o controle dos alimentos e não o combate à fome, porque a sustentabilidade que apregoam é a sustentação dos interesses das grandes fundações internacionais e das empresas em gestão de ativos, e não do efetivo desenvolvimento das nações e pessoas.
O resultado disso é o aumento do fosso entre ricos e pobres, a destruição da classe média, o impedimento das atividades produtivas, dos pequenos e médios produtores, principalmente no campo da agricultura e pecuária tradicionais. E isso provocado intencionalmente por aqueles que gestaram e estão pondo em execução a agenda do poder global.
*Hermes Rodrigues Nery é especialista em Bioética e Coordenador Nacional do Movimento legislação e Vida. Autor do livro: “Controle Oculto: a agenda do poder global”.