Em 2023, permanece o problema da esterilização forçada em países desenvolvimentos da Europa como Espanha, Portugal e outros. No Brasil, a prática é proibida em lei, mas há casos de pressão para esterilização mesmo contra pessoas sem deficiência. A ideologia anti-natalista é desumana e esconde a nefasta mentalidade eugênica, discriminatória e anti-vida no Ocidente.
Há diversos casos que parte da mídia europeia e especialistas vem denunciando. Além da esterlização, é parte desse problema também o aborto, no qual muitos supostamente defensores dos direitos humanos, defendem a liberação do aborto com foco em países pobres, como um disfarce para eliminação das “raças menos aptas”, dando uma roupa nova para as terríveis soluções dos eugenistas da primeira metade do século XX, que inspiraram o nazismo.
Uma reportagem (em texto e video, em português) no site Euro News, em 2023, falou com pessoas que foram vítimas de esterilização forçada na Espanha e ainda sofrem os danos dessa violação de seus direitos mais elementares e íntimos. São mulheres que ainda estão em idade reprodutiva, mas foram levadas a força para uma mesa de cirurgia, algumas foram informadas sobre do que se tratava o procedimento, somente após a laqueadura. As entrevistas do site Euro News são chocantes e inacreditavelmente atuais.
O Euro News também falou com vítimas do programa sueco que, há algumas décadas, esterilizou de modo forçado mais de 30 mil pessoas. Muitas delas estão vivas e o problema da esterilização forçada não foi resolvido na Europa. Em um artigo no site publico.pt, de Portugal, também se denuncia essa violação dos direitos humanos, onde destaca-se:
“Muitas das pessoas esterilizadas não sabem que de facto foram esterilizadas, com esterilizações a acontecerem ao mesmo tempo que outras operações, ou levarem-nas a crer que foi outro tipo de operação.” (Publico.pt)
Aborto e criptoeugenia
Nesses países que se dizem referência sobre direitos humanos, o aborto é legalizado como direito da mulher. Ocultam, porém, que o aborto como política pública foi advogado originalmente pelos movimentos eugênicos nos Estados Unidos e Europa no início do século XX. Na época, era abertamente um método para evitar nascimento de pessoas com deficiência, delinquentes e pobres.
O discurso pela defesa do aborto foi se transformando, trazendo cada vez mais argumentos relacionados a “empoderamento feminino” e cada vez menos argumentos que pudessem ligar essa agenda a nefasta eugenia, que se tornou uma ideologia rechaçada após o terror do Nazismo.
Quem não conhece a história recente do ocidente e carece de pensamento crítico, pode até ser persuadido a acreditar que hoje só existam boas intenções na defesa do morticínio de bebês. Mas a verdade é que a ideologia que defende o aborto é a cripto-eugenia.
O termo Cripto tem origem etimológica no grego, kruptós, que significa escondido, secreto. Assim, o termo cripto-eugenia foi trazido de modo fundamentado pelo autor espanhol José Alfredo Elía Marcos, no seu livro A conspiração contra a vida humana, no Brasil, publicado pela Editora Estudos Nacionais.
Quando se defende a liberação do aborto, no Brasil e outros países, muitos defensores da agenda “das mulheres” ressaltam que o aborto precisa ser legalizado porque sendo crime quem mais sofre são as mulheres “pretas e pobres”, porque as ricas tem acesso a clínicas no exterior. O que dizer desse argumento, senão uma clara intenção de ampliar o acesso ao aborto para negros e pobres, eliminando-os ou evitando a reprodução desse estrato social?
Hoje, o maior instituto de pesquisa e lobby em defesa do aborto, chama-se Instituto Alan Guttmacher, ONG criada por Alan Guttmacher que foi presidente da maior clínica de abortos, a IPPF, e foi membro da Sociedade Americana de Eugenia. O Instituto Guttmacher apresenta estudos para todo o planeta, sempre com dados favoráveis aos direitos sexuais e reprodutivos supostamente em benefício das mulheres, na prática, em busca de ampliar o acesso ao aborto para países da América Latina, África e Ásia.
Adeptos de “Teoria da coincidência” dirão que isso é uma “teoria conspiratória”. O fato é que o trabalho que os eugenistas sonhavam fazer hoje é feito com o nome de um eugenista, mas para eles, “não é eugenia”. Isto é, em síntese, a criptoeugenia em franca operação.
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Esterilização forçada no Brasil
No Brasil, é crime. Mas enquanto persiste a ideologia, os mais pobres estão em risco.
Relato de uma leitura de Estudos Nacionais nos trouxe seu caso real, ocorrido em 2019, no sul do Brasil:
“O médico me perguntou, em tom agressivo, onde estava a papelada da laqueadura e eu disse que não faria. Ele então começou a bater na sineta com raiva (…) e mandou [a enfermeira] preparar os papéis da laqueadura”. Diante da recusa, o médico avisou que “quando me abrisse (na cesárea), a escolha não era mais minha”, explica uma paciente.
Como explicou o Dr José Elia Marcos, “com o fim da Segunda Guerra Mundial e a criação das Nações Unidas, para garantir a paz dos povos, os movimentos anti-vida se veem obrigados a adotar uma nova linguagem e, com isso, novas estratégias. Substitui-se “controle de natalidade” por “planejamento familiar”. Um novo tipo de família começa a se desenhar, o dos casais que preferem a comodidade e o bem-estar econômico aos incômodos inerentes à criação e educação dos filhos.”
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