O retorno da Comissão Nacional da Verdade (CNV) traz mais do que a vingança da esquerda contra os obstáculos à instalação da ditadura do proletariado na década de 60, mas reúne, em sua novíssima versão, a vingança petista com o alinhamento conveniente com as agendas globais da esquerda financeira.
Inicialmente, o projeto instituído durante o governo Dilma Rousseff, visava punir militares por suposta participação de repressão, torturas e prisões políticas no tempo do regime militar, o que de certa forma retardou a tomada de poder pela esquerda, deixando que ela crescesse apenas nas universidades (o que mais ajudou do que atrapalhou). No entanto, justamente alinhada aos aspectos culturais a que foi submetida, a esquerda pretende estabelecer um controle e poder totais nesse campo, missão para a qual conta com todo o apoio internacional.
A nova versão da CNV ambiciona ir ainda mais longe, introduzindo as novas minorias, os grupos organizados e financiados internacionalmente e, é claro, vincular com a direita e conservadores que possam oferecer oposição às metas do atual governo, abastecidos pela narrativa oficial do 8 de janeiro.
De acordo com uma reportagem publicada no site do Ministério dos Direito Humanos, em março deste ano, o governo decidiu criar um órgão permanente com objetivo de estabelecer de uma vez a versão definitiva da história. Duas entidades ficaram responsáveis por apresentarem “recomendações”, que obviamente serão seguidas sem questionamento (exceto se forem pouco punitivas e persecutórias). Essas entidades são o Instituto Vladimir Herzog e a Fundação Friedrich Ebert, da Alemanha.
As duas entidades representam a ponta de lança da influência internacional na condução do governo brasileiro, seja no apoio externo às pautas históricas da esquerda nacional, seja para o acréscimo de agendas globais ao revisionismo da CNV. Para não perder o costume, já adiantamos que os DOIS grupos recebem o apoio institucional e financeiro da Open Society Foundations, do poderoso chefão da esquerda mundial, o bilionário húngaro, George Soros. Vejamos.
O Instituto Vladimir Herzog mantém em sua estrutura históricos jornalistas de esquerda e ligados a grandes grupos de comunicação, como o jornalista Caco Barcelos. Em 2021, o instituto recebeu financiamento de fontes controversas, como a
- Open Society Foundation,
- Ford Foundation,
- Oak Foundation,
- Luminate Group
- Embaixada do Canadá
- Embaixada dos Países Baixos
Além disso, na lista também consta o próprio Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro, que durante a maior parte manteve-se a cargo da atual senadora Damares Alves.
Embora a entidade fale em nome da memória do jornalista Vladimir Herzog, morto em circunstâncias até hoje suspeitas durante o regime militar, as causas envolvidas atualmente desvirtuam qualquer intento de estabelecer a verdade sobre o caso específico do jornalista morto. Embora promova um trabalho de documentação e memória histórica, essa tarefa é utilizada para justificar o aumento de uma agenda de revisionismo histórico com objetivos políticos claramente persecutórios.
Com vultuosa verba federal, o instituto classificava o período da gestão que o financiava como a “continuidade do processo de erosão dos alicerces democráticos”, que segundo o órgão havia se “intensificado a partir da eleição de Jair Bolsonaro, em 2018”.
No mesmo ano em que era mantido financeiramente pelo governo Bolsonaro, o instituto manteve
…Reuniões de articulação com Movimento dos Sem-Terra (MST), Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Assembleia Internacional dos Povos (AIP), que sacramentaram a entrada dessas organizações na Rede…
Não se vê, porém, essa independência quando o assunto são as pautas de seus maiores financiadores internacionais já mencionados. No mesmo relatório, marcam presença as agendas de estimação dos bilionários capitalistas que mantém a filantropia da esquerda mundial. Em seu site, oferece uma oficina a jovens “pesquisadores” para unir esforços na interpretação das causas do instituto à luz de causas como “racismo, LGBTQIA+fobia, violência de gênero e direitos dos povos indígenas”, justificando, assim, o financiamento das entidades supracitadas.
De acordo com o site da Open Society, do bilionário George Soros, o Instituto Vladimir Herzog recebeu, só em 2021, cerca de US$ 150.000, válido por um período de 7 meses, mesmo valor declarado pela entidade de Soros doado em 2019, ao instituto, mas por período de 7 anos.
Já o segundo, a Fundaçao Friedrich Ebert (FES), tem ligações declaradamente bem mais antigas com o próprio Partido dos Trabalhadores. Conforme um resumo que consta em sites como o do próprio PT e da CUT, a entidade que foi fundada em 1927, na Alemanha, chegou ao Brasil discretamente, em 1977, em pleno regime militar, sob o nome de Instituto Latino-americano de Desenvolvimento Econômico e Social (ILDES), estabelecido no Rio de Janeiro. Mas em 1986, foi criada uma nova sede em São Paulo, onde preferiu manter o nome original. Sendo assim, no site oficial, em alemão, da entidade, consta a presença em 103 escritórios em cerca de 70 países, sendo o Brasil exclusivamente o escritório de SP, sem mencionar o do RJ, que tinha nome diverso. No entanto, segundo informa o site da CUT, “desde o ano 2000, a FES Brasil funciona como fundação, de acordo com a legislação brasileira, não havendo diferença entre Fundação Friedrich Ebert Brasil (FES Brasil) e ILDES”
O FES foi responsável pela elaboração do plano do governo Lula para as eleições de 1993, quando o petista foi derrotado por Fernando Henrique Cardoso. O então chamado ILDES está inscrito como “autor” do documento intitulado “Ação Afirmativa e Programa de Governo Lula/94”, conforme é possível ver no link hospedado no site da Fundação Perseu Abramo, outra entidade hospedeira de intelectuais petistas.
A fundação é um grupo político de ativistas da social-democracia alemã, que embora trabalhe com fundos próprios e de bilionários locais, também contou com dinheiro de George Soros, em 2016, por meio de projeto ligado a mudanças na legislação de drogas. A legalização de todas as drogas é uma das causas preferidas do bilionário.
E para não jogar fora o dinheiro da esquerda financeira e identitária internacional, outras causas de Soros aparecem facilmente nos documentos da fundação, como no próprio relatório de recomendações para a Comissão Nacional da Verdade, da qual participará. Entre as 29 recomendações gerais, 13 são “voltadas para a pauta de violações de direitos humanos dos povos indígenas e 7 focadas nas violações de direitos humanos da população LGBTQIA+”.
Em 2018, a fundação se uniu à comemoração do bicentenário de Karl Marx, junto da Boitempo Editorial, o Goethe-Institut São Paulo, Tapera Tapera e Carta Capital, para a organização de um ciclo de debates intitulado “Diálogos com Marx”, cuja principal linha temática era a relação entre marxismo e feminismo.
As duas entidades contam como principais parceiras internacionais na meta do revisionismo punitivista brasileiro, através do qual o governo Lula pretende recriar o Estado à imagem e semelhança de todas as ditaduras totalitárias já existentes. Nenhum poder pode ser total sem abarcar a história e a memória de um povo, nos quais não pode haver elementos dissonantes com o programa do regime.