O dono do Twitter, Elon Musk, fez uma série de críticas ao bilionário George Soros, amado por jornais, agências de checagem e grupos criminosos pelo financiamento de suas causas. Musk comparou o bilionário extremista ao vilão dos quadrinhos Magneto e disse que Soros “odeia a humanidade”.
Financiador do Partido Democrata e de pautas como aborto, gênero e audiência de custódia, George Soros é frequentemente defendido por grandes jornais e há alguns anos foi objeto de uma reportagem elogiosa que foi estranhamente republicada idêntica em diversos sites da grande mídia, demonstrando o poder que têm sobre a mídia, uma espécie de Cidadão Kane, só que do mal.
Musk, por outro lado, tem demonstrado uma série de desconfianças sobre os avanços da humanidade, aqueles mesmos que Soros se vê como arauto e condutor sagrado através de sua graça financeira. Assim como outros de sua geração de nerds ligados em tecnologia, Musk cresceu lendo ficção científica. Mas as suas leituras podem conter diferenças marcantes em relação a colegas seus menos benevolentes e mais assemelhados a vilões dos quadrinhos e do cinema, como o programador e financiador de vacinas, Bill Gates. Como mostrei em um epiódio do podcast Obervadores, no ano passado, Musk é leitor da saga A Fundação, de Isaac Asimov, cujo tema principal é a queda do império humano da tecnologia e do conhecimento depois de milênios de um desenvolvimento notável, mas com grande utopia de supremacia humana sobre o Universo.
Musk se mostra oposto, por exemplo, de um H. G. Wells, que via na humanidade uma raça de que superaria a si mesma e chegaria ao ponto de recriar-se. Não por acaso, Wells é um dos principais artífices da Nova Ordem Mundial, tendo um livro com esse nome. Na obra Conspiração Aberta, ele fala com clareza no anseio e suposta necessidade da criação de um “bem público mundial”, coisa que hoje já nem pode ser tratado como teoria da conspiração.
As comparações com Magneto não são menos realistas. Para quem conhece os quadrinhos, e não apenas os filmes, o personagem dos X-Men tem muita semelhança com o seu rival Professor Charles Xavier, com a diferença de uma crença na supremacia racial dos mutantes. Quando ainda se chamava Erik Magnus Lehnsherr, o jovem magneto foi vítima de campos de concentração nazistas, tendo sofrido na pele o mesmo horror que motivou a criação das Nações Unidas e é usado como justificativa para toda sorte de centralizações de poder mundial e controle sobre a população. Ao contrário do que sonhou Xavier, uma espécie de liberal democrático, Eric preferiu a vingança contra a humanidade. Magneto imaginava um mundo só para os mutantes, onde os humanos seriam escravizados. O uso do nazismo, seja como vingança ou como distopia, pelo visto, é um dos aspectos que unem os personagens.
Frequentemente Soros é defendido como uma vítima do “antissemitismo da direita”, forçando a barra no velho estratagema do “reductio ad hitlerium” ou reductio ad nazium”. Sabemos muito bem o motivo da defesa acalorada do bilionário dono da mesada da esquerda. Mas a semelhança dele com Magnus não é pouca e Musk acerta em cheio. Resta saber que ele se considera uma espécie de Charles Xavier, a deslizar em uma cadeira elétrica da SpaceX.
O tuíte de Musk contra Soros foi visto mais de 20 milhões de vezes e nele Musk disse apenas que: “Soros me lembra Magneto”. A mensagem foi uma resposta aos posts do jornalista Brian Krassenstein, que disse que o empresário húngaro-americano era um frequente saco de pancadas de direita porque algumas pessoas se opõem às suas “boas intenções” porque “discordam de suas afiliações políticas.”
Ouça abaixo o episódio do podcast Observadores sobre as ideias de Elon Musk e porque ele é um tipo diferente de globalista, se é que pode ser chamado assim.