O vazamento das imagens do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Lula, comandado pelo general Gonçalves Dias, deram novo fôlego à CPMI dos atos de 8 de Janeiro e reforçam a tese de falsa bandeira promovida pelo governo para criminalizar a oposição, o que de fato resultou em milhares de prisões políticas já nos primeiros 10 dias do governo Lula.
Com o vazamento, deputados da oposição pediram prisão preventiva do general chefe do GSI, além do impeachment imediato do presidente Lula, considerado por muitos como cúmplice da invasão ao Palácio do Planalto. O governo vinha tentando de todas as formas obstruir as investigações sobre os eventos do dia 8 de Janeiro. Nesta tarde, o general do GSI passa a ser convocado, não mais convidado, a comparecer à Comissão de Segurança Pública.
As imagens deram força à instalação da CPMI do 8 de Janeiro, pauta da oposição que vem enfrentando a resistência e pressão contrária do governo, que não deseja investigar os eventos de 8 de Janeiro que foram amplamente usados pela esquerda para a perseguição de opositores. O próprio GSI havia barrado a entrega das imagens agora vazadas, alegando “tamanho do arquivo”.
Após o vazamento das imagens, o governo tenta apagar o incêndio ocasionado por este abalo da versão oficial dos fatos ocorridos no dia 8 de Janeiro. Na ocasião, manifestantes entraram nas dependências do Palácio do Planalto e cometeram uma série de vandalismos. Gonçalves Dias aparece nos vídeos andando entre eles, além de outros funcionários, a maioria militares, do Gabinete transitando tranquilamente entre os manifestantes e até os guiando por entre as salas.
O episódio relembra o vídeo vazado da segurança do Capitólio, nos EUA, pela Fox News, há cerca de um mês, quando seguranças foram vistos guiando um manifestante e até abrindo as portas para que ele adentrasse ao prédio público. Assim como no Brasil, nos EUA a esquerda utilizou o fato para culpabilizar e perseguir eleitores conservadores que questionavam o resultado de um pleito eleitoral atípico, carregado de suspeitas, assim como o que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil.
O GSI do Lula não apenas facilitou a entrada dos invasores no dia 8 de janeiro, como também os invasores receberam orientações do ministro chefe do GSI, Gonçalves Dias, escolhido por Lula. Alguma dúvida de que a CPMI do 8 de janeiro é prioridade? pic.twitter.com/bxt63wKlZj
— André Fernandes (@andrefernm) April 19, 2023
Falsa bandeira e estereótipo associado
Os eventos de 8 de Janeiro confirmaram as teorias conspiratórias da esquerda disseminadas nos jornais segundo as quais a direita, os conservadores identificados com o “bolsonarismo” teriam a intenção de dar um golpe à força e seriam especialmente violentos em suas crenças. Essa imagem associada à direita foi sendo impulsionada seletivamente pelos jornais ao longo do mandato de Jair Bolsonaro e deram força a inquéritos persecutórios criados pelo ministro Alexandre de Moraes.
Como forma de perseguir opositores, a falsa bandeira é comumente precedida da criação de imagem ligada ao adversário sob a forma de informações falsas ou tendenciosas.
Utilizadas historicamente por nazistas e soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial, mas também por diversos tipos de governos durante conflitos, as chamadas Operações de bandeira falsa são atividades feitas de forma a dar a impressão que foram realizadas por outra pessoa ou grupo, geralmente com a finalidade de difamação, incriminação ou justificação de retaliação ou de auto-defesa. Podem ser feitas tanto por órgãos governamentais (para justificar guerra, por exemplo), como por entidades privadas (sabotagem industrial, por exemplo), como por indivíduos.
Operações de bandeira falsa são uma estratégia não tão incomum em disputas internacionais e serviços secretos, e ocorrem mesmo em disputas comerciais. Seu uso envolve o risco de denúncia pública da operação, o que pode comprometer seriamente a reputação do autor real já que seu uso é geralmente considerado desonesto e injusto.
A Rússia é acusada de ter feito um ataque contra si mesma em 1995, culpando o governo da Chechênia e justificando uma intervenção internacional no país, que até hoje é um fantoche de Putin. A mesma estratégia é usada atualmente, associada à criação de estereótipos que justifiquem atuação violenta, como a imagem associada aos ucranianos como neonazistas, sendo que grupos deste tipo existem em ambos os países, tanto entre separatistas pró-russos quanto em ucranianos.