Quase ignorado por grande parte da mídia brasileira, a terceira edição do Foro de Madri aconteceu em Lima, Peru, nos dias 29 e 30 de março. O evento reúne lideranças políticas de oito países, incluindo membros do Parlamento Europeu para denunciar as ditaduras patrocinadas pelo Foro de São Paulo, entidade criada por Lula e Fidel Castro em 1990 e que conta com membros ligados ao narcotráfico.
O evento é organizado pela Fundação Disenso, da Espanha, e o partido conservador espanhol, Vox, um dos mais atuantes da Europa atualmente. O Foro também oportunizou a assinatura da Carta de Madri, que já possui mais de 10 mil lideranças políticas signatárias.
O único membro brasileiro do evento foi o ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, que falou sobre a importância do país na região e o risco dos totalitarismos que crescem no continente.
Araújo destacou o papel do Vox e da Fundação Disenso como organizações mais importantes do mundo neste momento. O ex-chanceler falou sobre o papel da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que classificou como uma “caixa de ressonância dos totalitarismos e uma plataforma de implementação do modelo chinês na região”.
Araújo fez a distinção entre o sentimento totalitário, que é baseado na “vontade de poder”, daquele que move iniciativas de resistência contra as ideologias como sistemas fechados: “temos uma vontade profunda quem vem do coração, pelo Ocidente, por essa civilização”, disse o ex-ministro referindo-se a América Latina e Ibérica como valor civilizacional frente à mera lógica econômica de desenvolvimento defendida por muitos países como paradigma de seus relacionamentos.
Araújo também incluiu entre os riscos e perigos que o continente enfrenta, a subversão cultural do politicamente correto, as agendas de gênero, sem deixar de fora o Partido Comunista Chinês, resumindo que “o globalismo é o comunismo do século 21”. Araújo ressalta que não houve ruptura na China desde 1949 com a Revolução Maoísta e que a abertura econômica da China era parte da estratégia, o chamado “grande salto para frente” e representou apenas a “mudança de instrumento” a ser usado pela revolução.
O ex-chanceler acusa a China de estar criando uma espécie de “ilha de prosperidade” no Brasil por meio do agronegócio para ser usado em benefício da ditadura comunista, o que ele classifica como um retorno do autêntico colonialismo.
O evento contou com a participação ativa do prefeito de Lima, Rafael López Aliaga, que considerou o Foro de São Paulo como um grupo criminoso.
“O Foro de Madrid é um ponto de inflexão, e uma resposta a este grupo criminal do Foro de São Paulo que planejou uma estratégia na base do dinheiro ilegal, do narcotráfico, da mineração ilegal e da opressão do povo cubano, venezuelano e nicaraguense. E com base nesse dinheiro impulsionaram uma estratégia para tomar o controle das democracias imperfeitas de nossa região, mas que ainda sim são democracias que têm futuro”, disse Aliaga.
Já o ex-vice-presidente do Peru, Pancho Tudela, classificou a CELAC e a Unasur como “plataformas multilaterais do socialismo do século 21, cuja única finalidade é criar uma grande burocracia internacional não eleita que vá conquistando diversos aspectos da vida de nossos povos”.
A Carta de Madri, que pode ser lida e assinada por pessoas individuais no próprio site da organização, defende as liberdades e a soberania dos países, acreditando que a verdadeira democracia só será alcançada se protagonizada por nações, não por organismos supranacionais.
Leia um trecho do documento abaixo:
Una parte de la región está secuestrada por regímenes totalitarios de inspiración comunista, apoyados por el narcotráfico y terceros países. Todos ellos, bajo el paraguas del régimen cubano e iniciativas como el Foro de São Paulo y el Grupo de Puebla, que se infiltran en los centros de poder para imponer su agenda ideológica. La amenaza no se circunscribe exclusivamente a los países que sufren el yugo totalitario. El proyecto ideológico y criminal que está subyugando las libertades y derechos de las naciones tiene como objetivo introducirse en otros países y continentes con la finalidad de desestabilizar las democracias liberales y el Estado de Derecho.
Assista o evento abaixo: