Por Patrícia Castro
A OMS divulgou um documento, em novembro do ano passado, em que ela admite fazer recomendações para induzir a população a acatar medidas governamentais que visam alcançar metas de saúde pública, induzindo as pessoas a não resistirem aos programas de vacinação em massa. O documento mostra como os fatos irracionais e a pressão social podem ser utilizadas em políticas de massa para atender os interesses das grandes empresas farmacêuticas e fundações internacionais com suas agendas ideológicas.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins mostrou que os bloqueios nos EUA e Europa tiveram pouco ou nenhum impacto na redução de mortes por covid-19. Eles não encontraram evidências de que bloqueios, fechamento de escolas, fechamento de fronteiras e limitação de reuniões tenham tido um efeito perceptível na mortalidade doença e mesmo assim, desassociada de qualquer técnica racional, fechamentos continuam sendo feitos e medidas restritivas de liberdade continuam em vigor ao redor do mundo, sinal de que essa cartilha da OMS está sendo seguida a risca pelas elites governamentais do Brasil e do mundo.
A técnica é tão eficiente que caiu como uma luva no cerrado brasileiro: essa semana empresários de 61 estabelecimentos de bares, restaurantes e eventos de Brasília fizeram um abaixo-assinado reivindicando ao governador do Distrito Federal a regulamentação da exigência do passaporte sanitário para evitar novas restrições que prejudiquem ainda mais o setor.
Os empresários argumentam que a exigência vai estimular a vacinação, desonerar o sistema público de saúde, diminuir os riscos de novas variantes e aumentar a sensação de segurança dos clientes. Argumentação é totalmente descolada da realidade, pois a maior parte da população já recebeu a picada e o vírus, além de não desaparecer, continua sofrendo mutações. Há cientistas que, inclusive, são contra a vacinação em massa durante uma pandemia justamente por conta dessas mutações que o vírus sofre para escapar das vacinas.
Uma prova cabal de que o passaporte só serve como instrumento para restringir a liberdade são as viagens de cruzeiros que admitiram apenas pessoas vacinadas e devidamente testadas e mesmo assim tiveram que ser interrompidas porque as pessoas se contaminaram dentro da embarcação. Sendo assim, o famigerado passaporte sanitário já nasceu condenado, não passa de uma concessão estatal que confere ao portador um atestado de obediência a uma medida totalitária que, no final das contas, prejudicará todo mundo, vacinados e não vacinados.
O tal passaporte não evita a transmissão e gera conflitos sociais que estão explodindo por todo o mundo: Europa, Canadá, Austrália e EUA. É um tipo de segregação que pode levar o mundo de volta à selvageria e à barbárie, que só ficamos livres porque milhões de pessoas no passado pagaram um preço para que o evangelho de Cristo fosse pregado e as pessoas se tornassem civilizadas.
O que faz com que pessoas que nasceram em um ambiente próspero, e de certo modo pacífico, entregue tão facilmente sua liberdade por um “prato de lentilhas” estatal? Eu creio que a resposta está no esvaziamento espiritual do homem moderno. Todos fomos vítimas dos processos culturais da modernidade, em maior ou menor medida, mas a canalhice covidiana despertou a parte tirânica adormecida em grande parte da classe média enquanto seu vazio existencial estava sendo preenchido com as frivolidades de uma vida sem propósito.
Não é preciso ter muito dinheiro hoje para ter acesso a comodidades que os aristocratas que viveram há um século atrás jamais sonharam desfrutar. O avanço tecnológico, o crescimento industrial, o surgimento de drogas que, se não curam, pelo menos aliviam dores e sofrimentos são conquistas muito boas, mas que descoladas de um sentido espiritual da vida faz com que o homem perca o sentido da existência.
Se no passado, o homem precisava de Deus para lhe curar uma enfermidade, abençoar a colheita, aumentar a família, hoje, os homens recorrem à ciência, ao estado, aos profissionais especializados em realizar os sonhos que serão expostos nas redes sociais para todo mundo ver o quanto a vida na terra é prazerosa, valendo até mesmo, renunciar a liberdade para viver o máximo de tempo que a medicina conseguir prolongar.
Quem perde o senso da eternidade, perde o senso da realidade. Parece que os mais abastados vão descobrir da pior maneira que liberdade e vida são sinônimos. Abrindo mão da liberdade para não perder dinheiro, acabarão como escravos. Aprendam uma lição: com o diabo não se negocia jamais.
Patrícia Castro é esposa, mãe, e jornalista.
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