O arcebispo e ex-núncio apostólico dos Estados Unidos da América, Dom Carlo Maria Viganò, escreveu uma carta denunciando a participação de globalistas, promotores do aborto e de empresas do monopólio das vacinas na 5ª Conferência Internacional do Vaticano, que será realizada entre 6 a 8 de maio. Na carta, traduzida em português pelo portal Dies Iræ, Viganò disse que “em vez da lavagem purificadora do Batismo, a religião do COVID propõe como único meio de salvação a vacina, portadora de enfermidade e de morte.”
Além disso, criticou as grandes farmacêuticas que, segundo ele, promovem “a narrativa falsa e tendenciosa segundo a qual, na presença de uma síndrome gripal cujo vírus ainda não foi isolado segundo os postulados de Koch (aqui) e que pode ser eficazmente curada com terapias existentes, seja necessário administrar vacinas declaradamente ineficazes, ainda em fase de experimentação, com efeitos colaterais desconhecidos e para cuja distribuição os produtores obtiveram um escudo penal.”
O arcebispo Viganó também fez duras críticas ao Papa Francisco e a outros bispos que, de acordo com ele, formam um deep church dentro da Igreja Católica. “Os mesmos Dicastérios Romanos, ocupados por pessoas ideologicamente próximas a Jorge Mario Bergoglio e por ele protegidas e promovidas, continuam, sem qualquer restrição, a sua implacável obra de demolição da Fé, da Moral, da disciplina eclesiástica, da vida monástica e religiosa, na tentativa, tanto vã como inaudita, de transformar a Esposa de Cristo numa associação filantrópica subserviente aos Poderes Fortes. O resultado é a sobreposição à verdadeira Igreja de uma seita de modernistas heréticos e perversos, com a intenção de legitimar o adultério, a sodomia, o aborto, a eutanásia, a idolatria e qualquer perversão do intelecto e da vontade. A verdadeira Igreja sai eclipsada, renegada, desacreditada pelos seus próprios Pastores, traída até por aquele que ocupa o mais alto Sólio”, exclamou o religioso.
Confira abaixo a íntegra da carta divulgada por Dom Carlo Maria Viganò em 20 de abril:
20 de Abril de 2021
Feria Tertia infra Hebdomadam II
post Octavam Paschæ
De 6 a 8 de Maio de 2021, realizar-se-á a quinta International Vatican Conference, intitulada Exploring the Mind, Body & Soul. Unite to Prevent & Unite to Cure. A Global Health Care Initiative: How Innovation and Novel Delivery Systems Improve Human Health. O evento é organizado pelo Conselho Pontifício para a Cultura, pela Cura Foundation, pela Science and Faith Foundation e pela Stem For Life.
Michael Haynes falou dos participantes e dos temas abordados na Conferência em LifeSiteNews (aqui), incluindo, entre os outros nomes, os nomes do infame Anthony Fauci, cujos escandalosos conflitos de interesse não o impediram de assumir a gestão da pandemia nos Estados Unidos; de Chelsea Clinton, seguidora da Igreja de Satanás e convicta abortista; do guru New Age Deepak Chopra; de Dame Jane Goodall, ambientalista e especialista em chimpanzés; dos CEO da Pfizer e da Moderna, dos expoentes da Big Tech e todo um repertório de abortistas, malthusianos e globalistas conhecidos do grande público. A conferência recrutou como moderadores cinco célebres jornalistas exclusivamente de meios de comunicação de esquerda, como CNN, MSNBC, CBS e Forbes.
Esta Conferência – juntamente ao Council for Inclusive Capitalism, de Lynn Forester de Rothschild, ao Global Compact on Education Council e ao sabat inter-religioso que se realizará, em Junho, em Astana, no Cazaquistão – constitui mais uma escandalosa confirmação de um impressionante afastamento da actual Hierarquia, em particular dos líderes romanos, da ortodoxia católica. A Santa Sé, num contramagistério anticristão, negou deliberadamente a missão sobrenatural da Igreja, fez-se serva da Nova Ordem Mundial e do globalismo maçónico. Os mesmos Dicastérios Romanos, ocupados por pessoas ideologicamente próximas a Jorge Mario Bergoglio e por ele protegidas e promovidas, continuam, sem qualquer restrição, a sua implacável obra de demolição da Fé, da Moral, da disciplina eclesiástica, da vida monástica e religiosa, na tentativa, tanto vã como inaudita, de transformar a Esposa de Cristo numa associação filantrópica subserviente aos Poderes Fortes. O resultado é a sobreposição à verdadeira Igreja de uma seita de modernistas heréticos e perversos, com a intenção de legitimar o adultério, a sodomia, o aborto, a eutanásia, a idolatria e qualquer perversão do intelecto e da vontade. A verdadeira Igreja sai eclipsada, renegada, desacreditada pelos seus próprios Pastores, traída até por aquele que ocupa o mais alto Sólio.
Que a deep church tenha feito de maneira a eleger um próprio expoente para poder levar a cabo este plano infernal concordado com o deep state, já não é uma mera suspeita, mas uma possibilidade sobre a qual é, hoje, indispensável interrogar-se e esclarecer. A submissão da Cathedra veritatis aos interesses da elite maçónica está a manifestar-se em toda a sua evidência, no silêncio ensurdecedor dos Sagrados Pastores e na perplexidade do povo de Deus, abandonado a si mesmo.
Outra demonstração dessa desordenada libido serviendi do Vaticano em relação à ideologia globalista é a escolha dos testemunhos e dos conferencistas: apoiantes do aborto, do uso de material fetal na investigação, do declínio demográfico, da agenda pansexual LGBT e, não menos, da narrativa COVID e das chamadas vacinas. O Cardeal Ravasi, Presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, é, certamente, um dos principais expoentes da deep church e do progressismo modernista, assim como um defensor do diálogo com a infame seita maçónica e promotor do famoso Átrio dos Gentios. Assim, não é de estranhar que, entre os organizadores do evento, figure a Stem for Life Foundation, que se define orgulhosamente «uma organização isenta de impostos, não sectária, apartidária, cujo objectivo é a criação de um movimento para acelerar o desenvolvimento das terapias celulares».
Olhando mais de perto, o sectarismo e o partidarismo da Vatican Conference são evidentes pelo tema tratado, pelas conclusões que pretende tirar, pelos participantes e pelos patrocinadores. Mesmo a imagem escolhida para ilustrar a Conferência é extremamente eloquente: utilizou-se o detalhe da cena da Criação, pintada por Michelangelo na abóbada da Capela Sistina, em que a mão de Deus Pai se estende em direcção à mão de Adão; ambas as mãos, cobertas por luvas cirúrgicas descartáveis, lembram as prescrições da liturgia sanitária, sugerindo que o Senhor também possa espalhar o vírus.
Nesta representação sacrílega, a ordem da Criação é subvertida numa anticriação terapêutica em que o homem se salva, torna-se o autor louco da própria “redenção” sanitária; em vez da lavagem purificadora do Baptismo, a religião do COVID propõe como único meio de salvação a vacina, portadora de enfermidade e de morte. No lugar da Fé na Revelação de Deus encontramos a superstição e o assentimento irracional a preceitos que nada têm de científico, com ritos e liturgias que imitam a verdadeira Religião numa paródia sacrílega.
Esta opção de comunicação soa aberrante e blasfema, pois recorre a uma imagem conhecida e evocativa para insinuar e promover a narrativa falsa e tendenciosa segundo a qual, na presença de uma síndrome gripal cujo vírus ainda não foi isolado segundo os postulados de Koch (aqui) e que pode ser eficazmente curada com terapias existentes, seja necessário administrar vacinas declaradamente ineficazes, ainda em fase de experimentação, com efeitos colaterais desconhecidos e para cuja distribuição os produtores obtiveram um escudo penal. As vítimas imoladas no altar do Moloch sanitário, desde as crianças desmembradas até ao terceiro mês de gravidez para produzir o soro génico aos milhares de pessoas mortas ou mutiladas, não param a máquina infernal da Big Pharma e é para ser temida num ressurgimento do fenómeno no decorrer dos próximos meses.
É caso para nos interrogarmos se o zelo de Bergoglio pela difusão do soro génico não é motivado também por baixas razões económicas, qual compensação pelas perdas sofridas pelo Vaticano e pelas Dioceses no seguimento do lockdown e do colapso da frequência dos fiéis às Missas e aos Sacramentos. Por outro lado, se o silêncio de Roma sobre a violação dos direitos humanos e religiosos na China foi pago pela ditadura de Pequim com grandes prebendas, nada impede de replicar o esquema em grande escala promovendo vacinas.
A Conferência terá, obviamente, o cuidado de não mencionar, mesmo que indirectamente, o ensinamento perene do Magistério sobre questões morais e doutrinais da maior importância. Por outro lado, o elogio cortesão da mentalidade mundana e do pensamento dominante será a única voz, juntamente com o líquido repertório ecuménico inspirado pela New Age.
Faço notar que foi o próprio Conselho Pontifício para a Cultura, em 2003, a condenar a meditação yoga e, de maneira mais geral, o pensamento New Age como incompatível com a Fé católica. Segundo o documento vaticano, o pensamento New Age é caracterizado pelo facto de «partilhar com alguns grupos de influência internacional o objectivo de suplantar e superar as religiões particulares para dar lugar a uma religião universal capaz de unir toda a humanidade. Intimamente ligado a esse fim está o objectivo concentrado de muitas instituições de inventar uma ética global, uma estrutura ética que reflicta a natureza global da cultura, da economia e da política contemporâneas. Além disso, a politização das questões ecológicas acrescenta cor a toda a questão da hipótese de Gaia ou do culto da Mãe Terra» (aqui). É inútil recordar que as cerimónias pagãs, com as quais a Basílica de São Pedro foi profanada, em honra do ídolo da pachamama se encaixam perfeitamente na «politização das questões ecológicas» denunciada pelo documento vaticano de 2003 e, hoje, promovida sine glossa pelo dito magistério de Bergoglio, a começar por Laudato Sì e Fratelli Tutti.
Nossa Senhora, em La Salette, avisou-nos: «Roma perderá a Fé e tornar-se-á a sede do Anticristo». Não será a Santa Igreja, infalível pelas promessas de Cristo, a perder a Fé: será a seita que ocupa a Sé do Beatíssimo Pedro e que, hoje, vemos propagandear o anti-evangelho da Nova Ordem. Já não é possível calar-se, porque, hoje, o nosso silêncio tornar-nos-ia cúmplices dos inimigos de Deus e do género humano. Milhões de fiéis estão revoltados com os inúmeros escândalos dos Pastores, com a traição da sua missão, com a deserção daqueles que, com a Sagrada Ordem, são chamados a dar testemunho do Santo Evangelho e não a apoiar a instauração do reino do Anticristo.
Suplico aos meus Irmãos no Episcopado, aos sacerdotes, aos religiosos e, em particular, aos fiéis leigos que se vêem traídos pela Hierarquia, que levantem a voz, que expressem, com espírito de verdadeira obediência a Nosso Senhor, Cabeça do Corpo Místico, uma denúncia firme e corajosa contra esta apostasia e contra os seus autores. Convido todos à oração, para que a Divina Majestade se mova de compaixão e intervenha em nosso auxílio. Possa a Santíssima Virgem, terribilis ut castrorum acies ordinata, interceder junto do Trono de Deus, compensando com os Seus méritos a indignidade dos Seus filhos que A invocam com o glorioso título de Auxilium Christianorum.
† Carlo Maria Viganò, Arcebispo