De janeiro a março deste ano, ao menos 370 artigos fraudulentos foram removidos de revistas científicas, afirma análise feita pela revista Nature. Em grande parte, os artigos removidos são de origem chinesa. Estudos de outros países também serão investigados e, somente em março, levantou-se a suspeita contra 1.300 textos publicados.
Trabalhos científicos publicados se tornaram referência para políticas públicas que restringiram direitos da população a partir da pandemia de 2020 e seguem em moda em 2021.
Entre as práticas fraudulentas estão a manipulação de gráficos ou imagens, e-mails não acadêmicos e práticas impossíveis de serem realizadas tal como descritas. O periódico RSC Advances, referência na área, já retirou 68 artigos de sua plataforma e cunhou o termo “fábrica de papers”. O termo “paper” refere-se aos artigos escritos e a RSC ainda fala em “produção sistêmica de pesquisas falsificadas”.
Também a Elsevier, maior editora científica do mundo, informou à Nature que trabalhos fraudulentos vêm do mundo todo, não somente da China, Rússia e Irã também. O fato apresentado levanta suspeitas a respeito dos dados científicos utilizados para conter a pandemia da covid-19 e agrega novos argumentos à iniciativa de entidades civis que questionam prefeitos e governadores a respeito dos dados científicos utilizados em lockdowns.
Artigo da revista Nature: https://www.nature.com/articles/d41586-021-00733-5