A “agência de checagem” Aos Fatos classificou como fake a notícia de Estudos Nacionais de que deputadas de esquerda recorreram à ONU contra a denuncia de estupradores por parte de médicos. Mas ao se explicar, a checagem acaba confirmando a informação.
A notícia do EN recebeu o carimbo de fake news nas redes sociais e teve seu alcance reduzido. No entanto, a informação é verdadeira e a própria agência confirma isso em suas palavras. Leia:
Em seu primeiro parágrafo, a agência escreve:
“É falso que deputadas federais foram “contra denunciar estupradores” em uma carta enviada à ONU (Organização das Nações Unidas), como dizem posts que circulam no Facebook”.
Em seguida, a reportagem dá a seguinte explicação (grifos nossos):
Não é verdade que um grupo de deputadas federais procurou a ONU por serem “contra denunciar estupradores”, como diz o título de um texto do site Estudos Nacionais que circula no Facebook. A alegação falsa foi feita depois que as parlamentares enviaram uma carta às Nações Unidas com críticas a uma portaria do Ministério da Saúde que define novas regras para a realização de abortos nos casos previstos em lei.
Na carta, 16 parlamentares de partidos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) dizem que a Portaria 2.282 do Ministério da Saúde impôs, “sem qualquer base legal ou técnica”, a obrigatoriedade da notificação do aborto à polícia e a descrição das circunstâncias do estupro a profissionais de saúde.
Segundo os deputados, a portaria não leva em conta “procedimentos especiais que protegem a oitiva de crianças e adolescentes”, além de trazer uma “perspectiva policial a hospitais e forçar as vítimas a reviver compulsoriamente eventos traumáticos para pessoas sem a devida qualificação”.
Leia a “checagem”.