Como vimos nos artigos anteriores, Afred Kinsey é, sem dúvida, o mais característico ideólogo do que hoje chamamos de Ideologia de Gênero e defesa da pedofilia. Ele afirmava, valendo-se de Freud, que a sexualidade infantil era, também, reprimida. Para comprovar isso, Kinsey teria se servido da metodologia dos abusos sexuais, cometidos de modo continuado com mais de 300 crianças menores de dois meses, em sessões que chegavam a durar mais de 24 horas. Não por acaso, Kinsey era discípulo de Aleister Crowley, um satanista e adepto da magia sexual, que recomendava a seus seguidores que relatassem seus experimentos sexuais, especialmente com crianças.
Já nem mais se discute, na atualidade, a adoção de crianças por “casais” gays ou famílias alternativas. Embora muitos gays possam ser inocentemente levados à adesão ideológica do Gênero e da pedofilia disfarçada, a verdade impõe-se como fato indiscutível: existem centenas de redes de pedofilia intimamente relacionadas aos movimentos identitários, assim como a seitas ou indivíduos praticantes de satanismo.
A relação com os primeiros, movimentos identitários, se dá de diversas formas, seja por relação direta (casos como o do menino Rhuan e outros) ou indireta, relacionado à alta exposição deste público a tipos “não ortodoxos” de pornografia. A indústria pornográfica, assim como sites como You Tube, trabalham com algoritmos que incentivam uma “escalada” de fantasias sexuais, levando gays e héteros a consumirem material de feição cada vez mais exótica, incluindo e culminando na pornografia infantil.
Já a relação entre as redes de pedofilia e as práticas do ocultismo há infindáveis fontes. A primeira e mais direta seria a própria vida e obra do bruxo Aleister Crowley, mentor de Alfred Kinsey, Timothy Leary (popularizou o LSD nos anos 70) e centenas de outras celebridades. Crowley é, sem dúvida, a mais conhecida e popular personalidade do século XX, tendo influenciado desde a literatura, música, filosofia e até a política.
Para compreender como e em que sentido Crowley recomendava o uso de crianças em rituais satânicos, é preciso compreender a natureza da sua chamada “magia sexual”. Apesar de muito do “uso” sugerido por ele ser em matéria de sacrifícios (morte), ambas as realidades estão, no satanismo, intimamente ligadas, o que é bem resumido na sua proposta cultural de “erotização da morte” – essa dicotomia surge também em Freud em época posterior (Eros e Thanatos, instintos de vida e morte).
O ocultista que se intitulava o anticristo e deu as primeiras dicas sobre liberação de todas as drogas, motivou uma série de “práticas espirituais experimentais”, que incluíam a chamada “magia sexual”, sobre o que se especializou Austin Osman Spare, seguindo dicas de Crowley. Para ele (e também para qualquer estudioso de parapsicologia) o ato sexual é veículo de grande energia, que pode ser canalizada para o bem ou para o mal. A mesma energia capaz de gerar uma vida humana individual, com toda a sua potencialidade, pode, segundo a recomendação dos satanistas, gerar resíduos psico-espirituais que “auxiliam” a prática mágica. Ele se refere, na verdade, a pequenos diabos auxiliares. Os cristãos já sabem, há séculos, que a sexualidade desordenada atrai os demônios, realidade confirmada com outra linguagem pelos parapsicólogos contemporâneos. Mas os satanistas pensam poder controlá-los e usá-los a seu favor. Em sentido psicológico, trata-se de uma prática gnóstica de destruição material (para a transcendência) mas, satânica, de negação da ordem da Criação.
Tanto na magia sexual como nos rituais de sacrifício de Aleister Crowley, há inúmeras referências e pretextos para a utilização de crianças. Therion (“besta”, em grego, um dos pseudônimos de Crowley) deu origem à quase totalidade das seitas esotéricas e místicas da atualidade, tendo seu pensamento e obra presente na maioria dos manuais ocultistas, junto de Austin Osman Spare, Samael Aun Weor, entre outros.
Quem quer que busque as relações entre satanismo, pedofilia e a atual campanha gay vai encontrar muita coisa. Só para dar um exemplo, fiquem com o trecho do livro Magick, de Crowley, explicando sobre a importância e relevância da vítima infantil para os rituais de sacrifícios.
Em seus escritos, Crowley deixa claro o motivo disso ser feito:
… é da teoria dos magos antigos de que a quantidade de energia armazenada varia de acordo com o tamanho e a saúde do animal e, em termos de qualidade, de acordo com seu caráter mental e moral. Na morte do animal toda essa energia é liberada instantaneamente. O animal deve, portanto, ser morto dentro do círculo, triângulo ou conforme o caso, de modo que a sua energia não escape. Para os maiores trabalhos espirituais, portanto, deve-se escolher aquela vítima que contenha maior força pura. Uma criança do sexo masculino de perfeita inocência e elevada inteligência é a vítima mais adequada e satisfatória. (Crowley, Magik in theory and pratice).
Kinsey não foi o primeiro nem o último seguidor de Crowley a ser acusado de pedofilia. Em 2011, Colin Batley, de 48 anos de idade, foi considerado culpado de 11 crimes, incluindo estupro, incitar crianças a fazer sexo, estimulo à prostituição e posse de imagens indecentes de menores.
O satanismo laveyano (Anton La Vey) é considerado, hoje, o satanismo “oficial”, já que possui uma Igreja de Satã, nos EUA, desde 1966. De acordo com seus mandamentos, é completamente proibido o sexo com crianças e também com animais. Mas, como vimos, longe da sua versão politicamente domesticada e correta, o satanismo ortodoxo de Crowley não tinha tantos escrúpulos. Na verdade, existe um cuidado especial de parte das agremiações satânicas que se pretendem oficiais, a não recomendação de qualquer tipo de conduta que possa ser vista como crime.
Mas a teoria, na prática, é outra.
Sociedade Teosófica e Ordem de Queroneia
Segundo Peter Washington, autor do livro O Baduíno de Madame Blavatsky, um dos redutos típicos da pedofilia é certamente o meio ocultista que, desde Helena Blavatsky e a Sociedade Teosófica, abrigava um sem número de práticas homossexuais e pedófilos.
De acordo com o psicanalista e pesquisador de história política Heitor De Paola, “a influência de Yelena Pietrovna Blavatsky através de [Alice] Bailey e Robert Muller sobre o movimento New Age, na ONU e no movimento gay precisa ser mais bem avaliada. O bispo da Sociedade Teosófica, Charles Leadbetter era também sacerdote da Igreja Anglicana, maçon e reconhecidamente pederasta e pedófilo, tendo comprado um menino indiano de seu pai, transformando-o no visionário Krishnamurti, o qual posteriormente, revoltado contra os maus tratos recebidos na Sociedade Teosófica, abandonou-a. É conhecida a relação entre ocultismo e homossexualidade”.
O sociólogo canadense Stephen Kent, escreve sobre Leadbeater e a sua influência teórica dentro do meio social ocultista:
A prática da magia sexual, por Leadbeater, envolveu abusos homossexuais, mas essa não é uma tradição que se limita a atividades homoeróticas […]. Leadbeater era um pederasta que utilizou a Sociedade Teosófica para ter acesso a meninos e envolvê-los em várias formas de magia sexual. Talvez o mais importante sobre a pedofilia de Leadbeater é que ele conseguiu santificá-la sob o pretexto de um treinamento espiritual.
Aparentemente, Leadbeater ensinou uma técnica sexual a um círculo interno de iniciados, afirmando que
“a energia despertada na masturbação pode ser usada como uma forma de poder oculto, uma grande liberação de energia que, primeiro, pode elevar a consciência do indivíduo a um estado de êxtase e, em seguida, impulsionar um grande fluxo de força psíquica para o Logos, para o Seu uso no trabalho oculto”.
Essas reflexões nos fazem ver com outros olhos o ativismo pela “libertação” e os frequentes abusos de direitos humanos que os relacionam a práticas sexuais ou comportamentais cada vez mais estranhas, chegando à zoofilia, necrofilia, para além da pedofilia.
A relação entre ocultismo e pedofilia contém uma ampla bibliografia. A própria Sociedade Teosófica, vinculada aos Socialistas Fabianos pela participação de Annie Besant, foi acusada, em 1900, de abusos sexuais infantis.
Origens espirituais do “orgulho gay”
A relação entre militância ou agenda gay e a pedofilia nem sempre se verifica. Mas, como vimos, quando uma sexualidade alternativa é fomentada social ou culturalmente, os meios para isso são um tipo de erotização ou relativização por meio da promoção de impulsos sexuais, que acabam invariavelmente sendo disparados em uma diversidade de direções, incluindo pedofila e outras.
Diferente dos teóricos e cientistas, portanto, vejamos como começou a defesa da homossexualidade entre intelectuais e poetas até um movimento de religiosidade que originou a relação com o ocultismo.
Na década de 1860, o advogado alemão Karl Heinrich Ulrichs pode ter sido o primeiro europeu moderno a declarar publicamente sua homossexualidade. Ulrichs foi autor de diversos livros e panfletos disseminando a sua tese de que o homossexualismo era hereditário e, portanto, não devia ser crime. Já na segunda metade do século XIX, Ulrichs defendeu que homossexuais tivessem o direito de se casar.
Pensadores menos radicais na Alemanha, Áustria e França começaram a argumentar que a atração e as relações do mesmo sexo entre homens eram um distúrbio psicológico a ser tratado por médicos, em vez de um crime a ser punido pelos tribunais. Como resultado, em 1876 “psicológico” tinha se tornado um termo que o poeta irlandês Oscar Wilde e seus pares usaram para descrever qualquer coisa relativa a sexo gay. Na mesma época, Neil McKenna (The Secret Life of Oscar Wilde, Arrow Books, 2004) escreve: “O esteticismo pareceu surgir, totalmente formado, no final da década de 1870.” Era “uma mistura inebriante de arte, idealismo e política, que procurava propagar um novo evangelho da beleza”.
Em 1893, pouco depois de conhecer Wilde, George Cecil Ives, um amigo de Wilde, cujos diários contêm muitos novos detalhes da vida do escritor, fundou uma sociedade secreta chamada a Ordem de Queroneia, visando promover “a Causa” (“the Cause”, como ele chamava o combate à opressão contra os homossexuais). A sociedade recebeu o nome do lugar “da batalha onde os amantes masculinos do Batalhão Tebano foram massacrados em 338 AEC.” Ives e outros membros datavam suas cartas e outros materiais a partir do ano da batalha, de modo que 1900 seria escrito como C.2238 (e este ano de 2017 seria C.2355 [basta somar o ano em questão com “338”]; o “C” junto ao ano faz referência a Chaeronea, que é Queroneia em inglês).
A ordem se intitulava como uma sociedade secreta, que queria fomentar uma espécie de “cultura homossexual” paralela à ideia de “cultura heterossexual”. Ives criou ritos próprios e uma simbologia rica em significados. Apesar de uma militância cultural, era uma prática discreta, já que a sua fundação já havia sido pautada pela percepção de que os homossexuais nunca seriam aceitos pela sociedade.
De acordo com um site ligado à “causa”,
“[Ives] acreditava que o amor e o sexo entre homens era uma forma de minar o rígido sistema de classes, como uma verdadeira forma de democracia. A sociedade secreta se tornou uma organização mundial, e Ives tirou vantagem de cada oportunidade para espalhar a palavra sobre “a Causa”.
Estava lançada a causa gay, em nome da qual se acreditava estar empreendendo uma transformação cultural e política. Embora o homossexualismo sempre existisse, data desse período o início das reivindicações de um tipo especial de cidadania. Assim, os homens buscam, não um reconhecimento enquanto seres humanos ou enquanto cidadãos de identidade humana meramente, mas uma identidade gay ou LGBT. Com isso, rebaixam o restante dos cidadãos que não contam com determinações tão específicas como ligadas à sexualidade, que passa a determinar a garantia de direitos especiais.
Homotheosis e o culto ao homem
A politização da sexualidade, ao longo do século XX, deve a sua origem aos grupos de poetas e intelectuais ligados ao ocultismo, durante o século anterior. Mas a subsequente politização acabou obscurecendo o seu lado mais “espiritual”, que cresceu paralelamente, afastada da “história oficial” dos movimentos de ativistas. Mas os cultos homossexuais nunca deixaram de existir.
Inspirada na vida e obra de Ives, a chamada Homotheosis, também chamada de Paganismo Queer, é um tipo de culto gnóstico neopagão, no qual o homem (gay), enquanto deus (homo-divinização), é sujeito da busca por respostas em seus “anseios homossexuais”.
Fundada em 1980, a Igreja de São Priapo, também conhecida como Templo de Priapo, é uma religião pagã norte-americana que se centra na adoração ao Falo. Seu livro é Bíblia do Culto ao Homem. A igreja, que recebeu o nome do Deus grego Priapo, ensina que o Falo é a fonte da vida, da beleza, da alegria e do prazer. A religião dedica-se a uma variedade de atos sexuais e se reúne em “grupos de masturbação”. Trata-se de uma igreja pacifista, que defende o sexo homossexual como forma de “evitar a guerra”.
Em um blog dedicado à Homotheosis, o culto satânico é visto como independente de valores morais e, portanto, recomendável como prática crítica à cultura “heteronormativa”. Para eles, todas as práticas que não vêem o homossexualismo como pecado, são recomendadas. Na postagem do blog, que pretende tratar apenas do que é permitido ou proibido para os satanistas, o autor lembra da proibição do sexo com crianças. Mas não é difícil concluir que essa recomendação perde todo o seu sentido quando confrontada com a totalidade da sua “doutrina” (ou anti-doutrina), que prevê a libertação total do mundo, contra a Criação e, portanto, livre dos tabus desta sociedade.
O movimento Nova Era trouxe muitas novidades para essas “comunidades” desejosas de um “deus próprio”. Para eles, o Deus Queer virou a solução para a não aceitação da sua conduta por parte de outras religiões. Em uma atmosfera de religiosidades relativistas, o esvaziamento do sentido de religião torna-se a única forma de sobrevivência humana diante da realidade, em atitude flagrantemente gnóstica.