Com grave problema demográfico e tendo liberado o aborto em 1985 sob pretexto “problema de saúde pública”, a Espanha vive situação lastimável: morrem mais pessoas que nascem e mais impostos são destinados para abortos do que para nascimentos.
Em 2017, o governo gastou 3,6 milhões de euros para ajudar mulheres grávidas a darem à luz e gastou 34 milhões de euros para ajudar mulheres a abortar, conforme demonstra o Mapa de La Maternidad da Fundación RedMadre. O presidente da Fundación RedMadre, Antonio Torres, explica que “9 de cada 10 euros são para financiar abortos, mas só 1 euro é para apoiar mulheres grávidas”.
Enquanto isso, no Brasil, alega-se que o aborto precisa ser legalizado por conta do custo que complicações pós-abortamento ocasionam ao SUS. Vale citar que normalmente, no Brasil, utilizam-se de dados calculados incorretamente sobre impacto do aborto clandestino ao SUS, por serem desconsiderados os abortos espontâneos, ou ainda, por se basearem em superestimativas de abortos clandestinos usadas pela militância como pseudo-argumento pró-legalização.
Problema demográfico
O país também vive um grave problema demográfico, já que há três décadas está com a taxa de fecundidade abaixo do nível de reposição (que seria de 2,1 filhos por mulher em idade fértil). O Brasil vive problema semelhante, mas há menos tempo. Desde 2004, nossa taxa de fecundidade é inferior a 2,1. Na Espanha, desde 2016 morrem mais pessoas do que nascem e a taxa atual de fecundidade é de 1,33.
Aborto legalizado não evita abortos clandestinos
Outro problema visto na Espanha são os abortos clandestinos. Estima-se que o mercado clandestino esteja mais forte do que nunca. O mercado de abortos em geral está em crescimento, tendo registrado entre 2011 e 2017 um aumento no número de centros aborteiros (clínicas) que foi de 176 para 212 em todo o país. Isso culminou com a expansão da legislação do aborto, que em 2010, passou a permitir o “aborto sem causa”, ou seja, sem apresentação de qualquer justificativa. Até 2010 o aborto era acessível, mas era necessário dar justificativas (exemplo: que uma gestação indesejada poderia ocasionar problema psicológico caso a mulher não abortasse).
“Só não há mais abortos porque espanholas estão envelhecidas”
Segundo análises, o número de abortos na Espanha não é maior porque a população de mulheres em idade fértil, devido a tais políticas, é muito pequena. São 7,5 milhões de mulheres com idade de 15 a 45 anos no país, considerando a idade mais fértil (20 a 35), o número cai para 3,2 milhões, e as espanholas se casam em geral com 32 anos. Por este motivo, a taxa de fecundidade é de 1,33 filhos por mulher em idade fértil, mas esse dado só não é menor por conta da imigração, que resulta na entrada de mulheres mais férteis.
Perfil dos abortos na Espanha
Estatísticas oficiais mostram que 37% das mulheres que abortou em 2017 já tinha feito um ou mais abortos, e 13% já tinha feito dois abortos ou mais. Apesar da alta despesa para o governo da Espanha, apenas 12,3% dos abortos foram feitos na rede pública. Isso mostra o tamanho do mercado de abortos. Se 33 milhões de euros é a despesa do governo para apoiar 12,3% dos abortos, é possível calcular que as clínicas privadas faturem mais de 275 milhões de euros ao ano. Um mercado total superior a 300 milhões de euros ao ano.
Outra informações que chama atenção é que, embora estatísticas do governo afirmem que a maioria dos abortos é feito no início da gestação, foram registrados 5.447 abortos em 2017 para gestações com 15 a 22 semanas (quase quatro meses até 5 meses e meio), e outros 160 abortos foram realizados em gestações com 23 semanas ou mais tarde (sexto mês de gestação ou mais tarde).